Imunização em crianças: não vacinar é crime

*Por Angela Rita M. Affonso

Muitas doenças que já estavam erradicadas em nosso pais e no mundo voltaram com tudo e por que isto? Por que os pais que foram vacinados não vacinam seus filhos? No mundo existem diversas motivações que levam os pais a aderirem este movimento de não vacinação. Medo e desinformação a respeito da vacina são os principais motivos que levam os pais a tomarem tal decisão.

No Brasil o programa nacional de imunização foi criado em 1973 para organizar o calendário de vacinação e facilita o controle e a erradicação de doenças que podem ser prevenidas por meio da imunização. É o caso, por exemplo, da poliomielite e do vírus autóctone da rubéola, ambos erradicadas no nosso pais. Assim, esta geração de pais foi vacinada, não passou pela experiência de um surto de poliomielite, por exemplo, e não consegue ver a necessidade de vacinar seus filhos já que acreditam que a doença não existe mais. Eles têm dificuldade em enxergar o perigo da doença e muitos deles acreditam que a vacina está vinculada ao risco de se infectarem de doenças.

A situação da não vacinação de crianças em nosso país já causa preocupação para o Ministério da Saúde. Os índices preliminares de vacinação deste ano (2018), por exemplo a dose de crianças que receberam a dose contra a poliomielite esta em 77% uma queda de 7,5% em relação a 2016 e 21% em comparação ao índice de 2015, último ano em que o número ficou acima dos 80%. Como o caso da vacina contra influenza 56% crianças receberam a dose em 2018, em 2017, 71% e em 2016, 92%. Podemos verificar a queda do índice de vacinação em nosso pais. (http://sipni.datasus.gov.br)

Apesar de todos os médicos, enfermeiros e alguns grupos que não concordam com esta situação, as famílias que não vacinam seus filhos alegam que as crianças tiveram reações alérgicas graves depois de tomarem algum tipo de vacina. Outros acreditam que um corpo sadio não necessita de algo químico para prejudicar o organismo e que os bebes em fase de amamentação são alimentados com o leite materno e que esta é a melhor vacina.

Outro motivo que é que muitas pessoas acreditam que a indústria farmacêutica manipula a população para ganhar dinheiro com a vacinação.

Um entrave, e este sim verdadeiro, é o fato dos postos de vacinação funcionarem em horário comercial, o que dificulta a ida dos pais as Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Muitas vezes o próprio profissional da área na saúde deixa de orientar a importância de imunizar as crianças, provavelmente por não perceberem tal necessidade.

Para melhorar esta situação é necessário mobilizar a sociedade sobre a importância da vacinação de crianças (incluindo relatos de acontecimentos, por falta de vacina), melhorar o horário das UBSs, criando horários alternativos, facilitando assim a vida dos pais. O programa Saúde da família também deveria ser incluído em tal proposta, orientando assim os pais em suas residências.

As pessoas precisam ser informadas que a vacina são um meio eficaz e seguro de proteção contra determinadas doenças. Os benéficos de imunizar a criança são vários e incluem menores taxas de hospitalização, diminuição das sequelas que muitas doenças podem trazer, diminuição dos números da mortalidade infantil e prevenção de doenças infectos-contagiosas. Além disso, podem reduzir a abstinência dos pais no trabalho.

(*) Angela Rita M. Affonso é mestre em Ciências da Saúde e coordenadora do curso de Enfermagem da Anhanguera de Santo André – Industrial