Um mundo onde os carros voadores, compartilhados e automatizados são protagonistas da mobilidade poderia lembrar um filme de ficção científica, mas por incrível que pareça, esse cenário não está tão distante de se tornar realidade. Uma série de recursos que funcionam por meio de inteligência artificial já estão sendo desenvolvidos pela indústria automobilística no mundo e ganhando o mercado aos poucos.
Esse futuro pode ser promissor, mas o presente traz ainda uma grande preocupação: as próximas gerações estarão aqui para acompanhar essa evolução tecnológica? Não é o que dizem as estatísticas. Estamos perdendo os nossos jovens. Os acidentes de trânsito são a principal causa de morte entre jovens de 10 a 19 anos em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) diz que 90% dos acidentes são relacionados ao comportamento do motorista. Ou seja, não adianta apenas ter estrada nova e carro seguro.
O caminho para chegar a um mundo totalmente tecnológico exigirá soluções que integrem a educação como instrumento de transformação no trânsito. O Código de Trânsito Brasileiro, mais especificamente seu artigo 76, aponta que a educação para o trânsito deve ocorrer desde a educação infantil até o ensino superior. Sabemos que, infelizmente, isso não acontece na prática.
Mas a educação se torna ineficiente se a criança não convive com comportamentos seguros no trânsito em seu dia a dia. Ou seja, todo o esforço para o trânsito seguro realizado por professores ou outros profissionais na escola iria por água abaixo se os familiares vão buscar seus filhos nesta mesma escola e param em fila dupla, falam ao celular enquanto estão ao volante, dirigem acima da velocidade permitida, não colocam o cinto de segurança em seus filhos, entre outras infrações.
Que nessa Semana Nacional do Trânsito possamos refletir e fazer a nossa parte sendo verdadeiramente os exemplos. Crianças devem ser orientadas a agir com respeito e segurança no trânsito, seja qual for a condição em que ela esteja – pedestre, passageiro ou ciclista, e a base da aprendizagem do comportamento, tanto seguro quanto o de risco, é o modelo das pessoas com as quais ela convive.
Marina de Oliveira é diretora de Comunicação e Marketing do Grupo Tecnowise e do Instituto Mobih