Se por um lado o tempo fica mais agradável, por outro temos uma mudança climática com a redução da umidade relativa do ar; a inversão térmica (responsável pelo acúmulo maior de poluentes na atmosfera); a maior concentração de pessoas em locais fechados e pouco arejados; e também o uso de casacos de lã e cobertores, que ficam guardados no armário por longos períodos e acumulam poeira e ácaros. Essas condições propiciam a ocorrência de afecções (doenças), principalmente das vias respiratórias, com processos inflamatórios e alérgicos. A seguir, o Dr. Claudio Roberto Gonsalez, infectologista, prestador de serviços no Hospital América de Mauá, destaca as principais características de cada doença, para ajudar na identificação e como preveni-las!
O resfriado é uma infecção viral do trato respiratório superior (nariz e garganta) e pode ser causado por vários tipos de vírus. A maioria das pessoas se recupera entre 7 e 10 dias. Os sintomas do resfriado são os mesmos da gripe, mas aparecem de maneira mais leve. A pessoa com resfriado pode apresentar, entre outros sintomas, coriza intensa, dor de garganta, tosse, congestionamento nasal, dores no corpo ou leve dor de cabeça, espirros, febre baixa e mal-estar.
A sinusite é uma inflamação dos seios paranasais e pode ocorrer após o resfriado. Essa inflamação dificulta a drenagem e causa acúmulo de muco. A sinusite pode provocar congestão ou obstrução nasal, que causa dificuldades respiratórias pelo nariz, inchaço e pressão ao redor dos olhos, corrimento amarelo ou verde no nariz ou na parte posterior da garganta, dor de cabeça e facial.
A otite é mais comum em crianças. É uma infecção no ouvido causada por uma bactéria ou vírus. Geralmente, essa infecção é resultado de uma gripe ou resfriado, por isso, é mais comum no outono e inverno. A poluição e o tabaco também são fatores de risco para a doença. Dor de ouvido – especialmente quando deitado –, perda de equilíbrio, febre, dor de cabeça, drenagem de fluido pelo ouvido e audição diminuída são alguns dos sintomas.
A pneumonia é um processo infeccioso ou inflamatório que atinge os pulmões e é causada por bactérias, vírus ou fungos. Os sinais e sintomas da pneumonia variam e podem incluir dor no peito ao respirar ou tossir, tosse com catarro, fadiga, febre, transpiração e calafrios com tremor, náusea e dificuldade para respirar.
A rinite é uma inflamação do nariz e estruturas adjacentes ocasionada pela exposição aos alérgenos e caracterizada por espirros em salva, coriza, prurido (coceira) nasal e congestão nasal. Tanto a Asma, quanto a Rinite, são doenças com determinação genética influenciadas por fatores ambientais.
A bronquite, cujo termo genérico refere-se a uma inflamação dos brônquios, pode ser ocasionada por infecções, agentes irritantes e alergia. No nosso país, a população frequentemente chama de bronquite o que na verdade é asma.
Como prevenir!
Lavar as mãos várias vezes ao dia;
Cobrir o nariz e a boca ao espirrar ou tossir;
Higienizar as vias aéreas superiores (fossas nasais) frequentemente com solução salina;
Não compartilhar objetos de uso pessoal;
Evitar locais com aglomeração de pessoas;
Não fumar e evitar ambientes com fumantes;
Usar umidificador de ar quando o tempo estiver muito seco;
Higienizar os brinquedos das crianças frequentemente;
Ter uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes;
Antes de utilizar roupas de frio, guardadas no período mais quente, higienizar adequadamente para evitar a permanência excessiva de ácaros;
Evitar exposição a mudanças bruscas de temperatura agasalhar-se;
Se hidratar muito durante o dia;
Vacinar-se contra diversas doenças reduz significativamente a ocorrência de algumas doenças infecciosas, como a gripe (a vacina previne contra o vírus Influenza e também o H1N1 – gripe suína), pneumonia, coqueluche, meningites e sarampo.
Sobre as vacinas
As vacinas são processos artificiais que simulam no organismo da pessoa uma condição semelhante a do contato natural desse indivíduo com um agente biológico agressor específico (germe). Dessa forma, é induzida uma infecção simulada no organismo que, frente a essa circunstância, desenvolverá mecanismos de defesa contra o agente agressor induzido pela vacinação. Esse processo permite que o indivíduo constitua uma condição de defesa, que o protegerá contra aquele agente agressor, quando for exposto naturalmente a ele. Com isso, quando o indivíduo for exposto, agora de forma natural ao agente infeccioso, ficará imune às doenças contra as quais foi vacinado, podendo não desenvolver a doença ou, mesmo desenvolvendo-a, será de forma mais branda e com menores consequências. Considerando que o organismo dependerá de um tempo entre a vacinação e o desenvolvimento de proteção contra essas doenças, concluímos que a vacinação deverá ocorrer antes do período de risco, no caso do outono e do inverno. As vacinações seguem a calendários específicos que devem ser obedecidos para maior benefício das pessoas vacinadas, e isto sempre antes do período mais frio.
Dr. Claudio Roberto Gonsalez
Infectologista e prestador de serviços do Hospital América de Mauá | CRM –SP 57.166 | Membro do Serviço de Controle de Infecções Relacionadas a Assistência à Saúde do Hospital América.