Cirurgia bariátrica: qualidade de vida e custos da diabete tipo 2 são temas de encontro entre especialistas

O cirurgião austríaco Karl Miller reforçou a importância da cirurgia metabólica em pacientes com diabetes tipo 2 e da redução do risco de colelitíase pós-bariátrica

A cirurgia bariátrica é grande aliada na luta contra obesidade. Efeitos e consequências são temas de discussão constante entre especialistas e foram assuntos do 1º Encontro de Líderes em Cirurgia Bariátrica, promovido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), que aconteceu no último sábado (30/03), no hotel Unique, em São Paulo.

“É importante destacar que o diálogo médico-paciente é importantíssimo para a adesão à terapias e condutas pós-operatórias”, esclarece Dr. Karl Miller, referência internacional no assunto e um dos pioneiros no procedimento via laparoscopia. “Os cirurgiões devem se atualizar sobre técnicas e precisam estar preparados para uma relação humanizada com seus pacientes”, finaliza.

Colelitíase pós-bariátrica

Das consequências os riscos pós-operatórias, os especialistas ressaltaram a importância da avaliação de risco para a colelitíase em pacientes. Segundo Dr. Luís Vicente Berti, cirurgião bariátrico e membro da SBCBM, a formação de pedras na vesícula ocorre em cerca de 35% dos indivíduos que passaram pela cirurgia. A alta incidência de cálculos é resultado das alterações da composição da bile, procedentes da rápida perda de peso.

Dr. Berti comentou ainda sobre as recém-lançadas “Diretrizes sobre a Colelitíase associada à Cirurgia Bariátrica”, da SBCBM, que aponta para a possibilidade de redução do risco de formação de cálculos através do uso de terapias logo após o procedimento cirúrgico.

Segundo ele, a terapia restabelece a solubilidade do colesterol, diminuindo a possibilidade da doença, mas, reforça que, em pacientes com cálculos presentes e sintomáticos, a retirada é necessária.

Diabetes tipo 2

Outro destaque foi o debate sobre diabetes tipo 2. “Atualmente, 25% dos obesos no mundo sofrem com diabetes e a maioria não têm diagnóstico”, pontuou Dr. Miller.

Segundo ele, esta é uma emergência global que pode ser contida com a adoção da cirurgia metabólica, que permite o controle da doença e melhora da qualidade de vida.

Miller também falou sobre a diabetes no Brasil, tratamentos e o impacto na redução dos custos de terapêutica a médio e longo prazo.