Sinovite indica inflamação no revestimento da articulação, ou sinóvia. Quando ocorre a inflamação dos tecidos que revestem uma articulação damos esse nome. É comumente associada com doenças específicas, tais como a artrite ou a gota, mas pode também ser o resultado de traumatismo, sobrecarga/peso ou uso excessivo. Os sintomas de sinovite pode incluir vermelhidão, inchaço, calor e dor com o movimento articular. Algumas vezes até parado dói.
Sinovite subclínica é uma inflamação do revestimento da articulação que não é encontrada durante um exame físico, mas os pacientes podem se queixar de dor articular e rigidez matinal prolongada, ou seja, o paciente se queixa (sintoma), mas no exame físico não se encontram os sinais.
Novas técnicas, como a ressonância magnética, podem detectar a sinovite subclínica. Os significado dos achados na ressonância magnética não são tão claros, mas é possível verificar um aumento de volume líquido, que por meio de contraste “ressalta” e destaca a inflamação na ressonância confirmando o diagnóstico.
Podemos também lançar mão de medidas e sinalizadores de inflamação no sangue (ex: taxa de sedimentação de eritrócitos VHS, e de proteína C-reativa, ou PCR). Quando elevadas essas taxas o paciente se torna susceptível de desenvolver lesões articulares.
Mas existem alguns pacientes com artrite reumatoide ativa, que não têm as articulações tipicamente inchadas, mas podem ter questões de qualidade de vida com base em seus sintomas, e outras queixas necessitando de investigação e tratamento específicos, incluindo metotrexato e drogas biológicas.
Avaliação por um ortopedista irá ajudar a confirmar o diagnóstico, e ajudar a excluir outras preocupações possíveis, tais como fraturas ou infecções. O cirurgião pode puncionar uma amostra de fluido da articulação para analisar e procurar por células inflamatórias, ou pode solicitar RX ou outros exames de imagem avançada para avaliar melhor a articulação afetada.
O tratamento para a sinovite inclui repouso, gelo, imobilização e medicamentos orais não-esteroides ou anti-inflamatórios esteroides (corticoides), podendo incluir até mesmo injeções sistêmicas ou locais de esteroides na articulação. A cirurgia pode ser indicada em casos de longa duração ou de não resposta ao tratamento conservador.
Ana Paula Simões é Professora Instrutora da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Mestre em Medicina, Ortopedia e Traumatologia e Especialista em Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. É Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte; e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte.