“Uma das anjas parece muito com minha mãe,
sabe muitas cantigas, carícias e embalos.
O anjo menos barulhento parece o meu pai.
A anja meio anã tem jeito de avó e conta histórias.
Tenho uma anja linda, que brinca como minha irmã.
Agora, a anja loira, esta ainda vai ser a minha namorada!
Mas trate de ficar quieto, ela ainda não sabe de nada!
Que dó de quem vive sem um anjo!
Se você é um desses sem anjo nenhum,
use a sua cabeça, meu amigo, e invente um!”
Não é lindo!? É literatura de cordel e quem escreveu foi Elias José baseado na xilogravura de J. Borges chamada Quinteto de Anjos.
Esta bela combinação é encontrada neste belo livro. É belo, pois reúne literatura de cordel e xilogravura e aqui ela é colorida, um trabalho de José Francisco Borges, o J. Borges, um artista autodidata do sertão, nascido no povoado de Piroca, município de Bezerros, cidade do sertão de Pernambuco. E Elias José é um poeta e contador de histórias, que nasceu num lugarejo chamado Santa Cruz da Prata, no município de Guaranásia, no Sul de Minas Gerais.
Tem combinação melhor? Este livro é imperdível e ilustra muito bem a sensibilidade do artista brasileiro.
Ala Voloshyn é Psicóloga. Contadora de Histórias. Escritora. Blogueira. Palestrante.