De canalha a miliciano!

Samuel Oliveira

Samuel Oliveira

14 de Novembro

Essas foram as duas palavras que estiveram no top trends desta semana, depois da soltura do ex-presidente Lula na sexta-feira (8), da sede da Polícia Federal em Curitiba por 580 dias, condenado em segunda instância pela Lava Jato – até então por Sergio Moro, Juiz do caso agora Ministro de Estado e alvo de investigação por ter vazado informações do processo ao Ministério Público que investigava os fatos e que tudo indica auxiliou nas acusações indicando provas, o que não deveria jamais ter ocorrido entre juiz e promotoria.

A soltura do Lula inflamou os discursos do Presidente Bolsonaro e seus filhos, que, recebeu a notícia com desdém de quem não está nem aí, mas está incomodando sem fazer nenhum discurso, e seu primeiro discurso não poderia deixar de ser bem ácido contra este governo, onde os filhos querem dominar o país através de suas redes sociais, as mesmas que levaram ao poder o presidente, que não tinha proposta alguma para governar e só ganhou por falta de competência de seus adversários. O que aliás nenhum deles tem, nem o que está no poder.

Portanto tachar um de canalha e outro de miliciano, nenhum dos dois vai se sentir ofendido, mas – tentar usar a Lei de Segurança Nacional é um tiro no pé do presidente e de quem quer que seja. É usar um dispositivo governamental para se auto beneficiar, enquanto que, existe a lei para processar e pedir indenização caso se sinta ofendido.

Mas, atacar, denegrir e ofender, parece ser a meta de todos os irmãos Bolsonaro que receberam lições pontuais do próprio Capitão Presidente.

Orçamento de Mauá

A peça orçamentária do município de Mauá foi aprovada em primeiro turno na Câmara Municipal, quando recebeu 14 votos a favor e cinco votos contra. O orçamento de 2020 é quase 10% menor do que o de 2019, que foi de cerca de 1.2 bilhão de reais, contra os 1.08 bilhão para 2020. Com todo este dinheiro, o prefeito de Mauá, com suas idas e vindas à prisão, deixou de pagar inúmeros credores que prestaram serviços ao município e não receberam, – nem com a vice assumindo o cargo nestes períodos, foram os pagamentos executados. Optou por pagar indenizações à vários assessores que entraram e saíram do governo por pelo menos três vezes, ou beneficiaram em pagamentos empresas amigas das famílias, prejudicando os munícipes, tanto na área de saúde, como na educação e segurança. Será que com um orçamento menor o prefeito Atila, vai conseguir pagar o que deve? – difícil. – Todos acreditam que vai dar um novo calote nos credores.

TCE rejeita contas de Atila

Um orçamento superestimado em 2017, na ordem de 1.3 bilhão de reais e arrecadação bruta de somente 900 milhões, deixou claro que o TCE não tinha como aprovar as contas do prefeito de Mauá Atila Jacomussi que está comandando o município através de liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal – STF, e pode ser cassada a qualquer momento. A rejeição das contas da prefeitura é mais um empecilho às pretensões do prefeito a querer um segundo mandato a partir de 2020, quando ainda pode voltar para a prisão, caso seja derrubada esta liminar que o está sustentando no poder.

Quem deve estar comemorando a decisão é a vice-prefeita Alaíde Damo, que não queria deixar o cargo depois de assumir interinamente por duas vezes enquanto o prefeito estava preso pela Polícia Federal dentro das operações Prato Feito e Trato Feito.

Governo quer extinguir municípios

Os prefeitos das pequenas cidades do Brasil devem estar com as orelhas em pé com a notícia de que a maioria dos municípios com menos de 5000 habitantes podem ser extintas, visando o enxugamento da máquina pública, proposta pelo ministro Guedes. Nesta situação estão 1254 municípios e aqueles que não conseguirem se sustentar com suas arrecadações serão extintos, nesta situação estão cerca de 22,5 dos municípios brasileiros que dependem de verbas estaduais e federais para manterem a máquina municipal. Ainda segundo o governo, para a maioria destes municípios será proposta a fusão com municípios vizinhos e maiores. Esta regra foi enviada pelo presidente Jair Bolsonaro ao congresso nacional, visando a alteração da constituição e assim melhorar a situação das contas públicas do setor. Segundo o governo, três destes municípios tem menos de 1000 habitantes.

Impeachment na Câmara
Na última sessão do Legislativo sancaetanense entrou na pauta do plenário o pedido de impeachment protocolado pelo diretor do jornal Repórter ABC – que já lançou sua pré-candidatura a prefeito para as eleições municipais de 2020. O pedido de abertura do procedimento foi acompanhado pelos 19 vereadores presentes em plenário, e foi defendido pelos vereadores Jander Lira, Ubiratan Figueiredo e Cesar Oliva, enquanto que na defesa do prefeito José Auricchio, a defesa foi feita pelo vereador Tite Campanella. No final das alegações, foi votado o pedido de abertura e formação de comissão processante e simultaneamente negada pela maioria.
A votação recebeu 15 votos contra a abertura de procedimento e 4 a favor. Daí em diante deu prosseguimento a sessão ordinária com a leitura da ordem do dia.

PT terá candidato no ABC

Com a saída do ex-presidente Lula da prisão depois de 580 dias, o Partido dos Trabalhadores virá fortalecido para as eleições municipais no Grande ABC em 2020. Já confirmados estão os candidatos nas cidades de Santo André – que terá a vereadora Bete Siraque como candidata majoritária; Mauá – o candidato será o vereador Marcelo Oliveira, em São Bernardo, o ex-prefeito Luiz Marinho concorrerá para conseguir seu terceiro mandato na cidade e em Diadema, o também ex-prefeito José Di Filipe será o candidato. Em São Caetano, o PT também deve lançar candidato majoritário, mas não tem definição ainda do nome.

Em todas as cidades da região, os candidatos devem contar no palanque com a presença do ex-presidente Lula, que mora na região e demais caciques do partido em nível nacional.

Frase da Semana

“Entre um povo que faz o mal e o povo que o consente, há uma certa cumplicidade vergonhosa.” – Victor Hugo

Samuel Oliveira

Samuel Oliveira

Jornalista e conta o que de melhor (ou pior) acontece nos bastidores da política da região do ABC.