Memórias do futebol mauaense: Pedro Benedetti

Daniel Alcarria

Daniel Alcarria

17 de Julho

Quando citamos o nome de Pedro Benedetti, o pensamento de todos logo é remetido ao Estádio municipal de Mauá, cuja denominação homenageia esse grande desportista mauaense. A honraria foi concedida após quase sete anos passados desde a inauguração do estádio, ocorrida em dezembro de 1984.

O patrono do estádio nasceu em 24 de novembro de 1930, na cidade de Jundiaí, chegando a Mauá em 1944 para, com 14 anos de idade começar a trabalhar na Cerâmica Cerqueira Leite. Nesta empresa trabalhou durante 25 anos (até seu fechamento), seguindo para a SP Alpargatas, onde se aposentou.

O ponta-direita Pedro Benedetti começou a jogar futebol ainda na infância, defendendo as cores do alvi-negro Industrial; depois, após excelente passagem pelo Independente FC (onde permaneceu até aproximadamente 1958), transferiu-se definitivamente para o EC Cerâmica. Nesse clube, “Pedrão” jogaria em conjunto de seus irmãos Vicente, Américo, Olívio e Francisco, dedicando-se de maneira integral, como se fosse sua “segunda família”.

A história do EC Cerâmica de Mauá, clube hoje extinto, tem profundos vínculos com a família Benedetti como citado.

Seu primeiro “representante”, Pedro Benedetti, tinha trajetória consolidada no futebol de Mauá, sendo até o final dos anos 50 titular absoluto do ataque do Independente. No alvirrubro, Pedrão jogou no primeiro e segundo quadros, no time de veteranos, treinador, diretor e presidente durante 20 anos.

A sua atuação frente ao Cerâmica foi de dedicação plena; quando não na presidência, estava na diretoria ou em outro cargo qualquer inclusive ajudando a custear grande parte das despesas do time, privando muitas vezes sua própria família. Em 1984, o EC Cerâmica tendo à frente Pedro Benedetti, entrou em consenso com o Industrial e os clubes promoveram uma fusão que acabou por entregar o tradicional campo do clube ao Industrial.

Os simpatizantes de Benedetti afirmam que tal ato acabou por ajudar na “morte” antecipada dele, tamanha sua ligação com o clube. A homenagem concedida pelo poder público municipal em denominar o estádio como “Pedro Benedetti” ocorre com a publicação da Lei Municipal 2376, de 23 de outubro de 1991, assinada pelo prefeito Amaury

Fioravanti. Pedro Benedetti faleceu em 17 de agosto de 1990.

EC Cerâmica no campo do União Lyra Serrano. Da esquerda para a direita: Borracha, Pedro Benedetti, Américo Benedetti, (?), Vicente Benedetti e Aparecido Sanvidotti. Agachados: Espanhol, (?), Pedro, Mengalvio, Paulão e Santista. Acervo pessoal de Aparecido Sanvidotti. Data: n/d.
Vista aérea do Estádio Municipal de Mauá Pedro Benedetti. Acervo do Museu Barão de Mauá. Data: 2003.