Memórias do futebol mauaense: Wladimir Ferreira de Camargo “Mizinho”

Daniel Alcarria

Daniel Alcarria

14 de Agosto

Empresário do ramo da comunicação, Wladimir Ferreira de Camargo é o editor de importantes veículos de imprensa na cidade de Mauá, local onde nasceu em 12 de junho de 1960. Seu trabalho resulta em levar informações sobre o quotidiano do município, mas como todo brasileiro torcedor, também tem sua história ligada ao futebol. E no caso do Mizinho, de campo e salão.

Sua história no futebol tem origem dentro da própria casa (seu pai Carlos Ferreira Camargo foi fundador e atleta do Vila João Jorge FC, o atual Juá, nos anos 1950), que por coincidência ficava a poucos metros do campo utilizado pelo time do Jardim Zaíra. O centromédio (ou center alfe, hoje volante) Carlinhos, pai de Mizinho, levava o garoto para assistir às partidas, transformando-o em mascote da equipe tricolor.

Como todo garoto, jogava bola como brincadeira de criança; mas logo começou a destacar-se e com 14 anos já atuava pelo “segundinho” do Juá. Um ano depois, estreava na equipe principal. Em 1981, desligou-se do Vila João Jorge para atuar no time da empresa Bragussa, onde trabalhava. Nesse período realizou testes no Palmeiras e no Corinthians, e continuou jogando pela empresa onde “podia faltar no emprego, mas não no jogo”.

O engenheiro tricampeão

No período em que estava estudando (Mizinho é Engenheiro Químico formado pela Universidade de Mogi das Cruzes), Wladimir deixou o futebol de lado, mas em 1982 voltou com tudo e foi logo conquistando títulos. No futebol de campo, jogando pelo EC Vila Noêmia, foi campeão municipal; no futebol de salão, ergueu os troféus de campeão pelo Fominha e pelo Juá. Mizinho, tricampeão de 1982.

De 1983 a 1989, Mizinho só jogou futebol de salão, pois não aceitava a violência que imperava na várzea local. Quando retornou, pelo Industrial, ajudou o “Galo Preto” a conquistar o título de campeão mauaense da 1º Divisão depois de trinta anos. O título, conquistado numa polêmica decisão contra o Ouro Verde teve sabor especial para Mizinho, já que seu irmão Waldir também jogou na equipe campeã.

Mesmo com carreira curta no futebol amador de Mauá, Mizinho jogou por Vila João Jorge, Vila Noêmia, Itapark, Mocidade FC e Industrial. É dos poucos jogadores que atuaram pelas seleções municipais de futebol de campo e também de salão. Foi um habilidoso meia, camisa dez.

Gols e emoção

Na emoção do futebol, o gol é o momento mais importante. Num jogo entre o Juá e o GE Jardim Maringá, pelo campeonato de 1979, Mizinho fez logo dois gols. Num dos gols, o camisa dez do Juá recebeu cruzamento na área e matou a bola no peito, driblou dois zagueiros e o goleiro e gol. Como diria o poeta “só não entrou com bola e tudo porque teve humildade em gol”.

O gol mais importante da vida foi de pênalti, decisão do primeiro campeonato mauaense de futebol de salão da história de 1982, no antigo ginásio de esportes. Decisão por pênaltis, final de campeonato, ultima penalidade, nos pés de Mizinho, gooooool. Wladimir Camargo campeão, aliás, tricampeão.

Associação Atlética Industrial, campeão mauaense de 1989 depois de 30 anos na fila. Da esquerda para a direita, de pé, Marcelo, Gibinha, Pardal, Haroldo e Zezinho. Agachados: Hélio, Chiquinho, Lobe, Mizinho, Jailton e Raul. Acervo pessoal de Wladimir Camargo. Data: 1989.
EC Vila Noêmia campeão mauaense de 1982: Laerte Banhara, Beto, Licão, Carlos Ponce, Tinhão, Ismael, Marinho e Cid Batata; agachados: Landinho, Alemão, Carlinhos, Clóvis Batata, Mizinho, Gil e Radar. Foto: Acervo pessoal de Wladimir Camargo. Data: 1982.