Memórias do futebol mauaense: José Estevam Gazinhato

Daniel Alcarria

Daniel Alcarria

11 de Setembro

O esporte mais popular do Brasil (porque não dizer, do mundo) sempre foi uma fonte inesgotável de personagens, e junto deles, suas histórias, origens, convicções, torcidas e um sem número de relatos que constroem o dia a dia da memória do futebol. E porque também não dizer, de um povo, de uma cidade, de uma sociedade?

Pois nosso personagem da semana é uma somatória de tudo que de melhor produziu a sociedade e o futebol em suas complexas relações. José Estevam Gazinhato é, além de grande zagueiro/volante de muita raça e técnica, grande amigo, excelente pai de família, trabalhador e cidadão consciente de seu papel na sociedade. Estevam “é” porque ainda joga!

Atualmente metroviário, José Estevam foi metalúrgico, servidor público municipal, secretário de cultura de Mauá, escritor de crônicas e dos bons (famoso por suas inesquecíveis “Crônicas de Botequim”), assessor parlamentar, presidente de partido político e ainda, apesar de tudo, são-paulino como este subscritor.

José Estevam, o jogador

O paulistano José Estevam Gazinhato, nascido em 08 de julho de 1959 chegou a Mauá no mês de dezembro de 1982, quando casou-se com a professora Maria Antônia Silva Gazinhato. Antes, residiu em São Bernardo do Campo, onde estudou, trabalhou e jogou futebol. Na vizinha cidade do ABC, além de labutar na Volkswagen e em outras fábricas como mecânico de manutenção, a mesma profissão que ainda exerce no Metrô, atuou pelos times do Volkswagen Clube (1977), EC Jerusalém (1978), Onze Unidos (1979), SA Vila Tereza, Vila Vivaldi, DER e Vila Pelé.

José Estevam sempre foi um defensor, hora volante e/ou zagueiro, cuja referência foi Francisco Jesuíno Avanzi, o Chicão, ex-volante do São Paulo e Seleção Brasileira. Jogou por diversos clubes mauaenses, sempre nas categorias de veteranos, veteraníssimo, máster e super máster: Atlético Mineiro, SC Blumoon, Vasquinho do Jd. Zaíra e SEC Juá, onde está desde 2009. Teve breve passagem por Barcelona e Sete de Setembro de São Caetano e Vila Suíça, de Santo André.

O zagueiro/volante e “companheiro” José Estevan foi campeão de veteranos em 1998 pelo Atlético Mineiro de Mauá, seu primeiro título no futebol. A conquista tem sabor especial: foi o primeiro de sua trajetória e graças ao Valtinho (Valter da Costa Lopes), o craque do Mauaense e autor do primeiro gol do clube de Mauá no Estádio Pedro Benedetti. Em 2002 repetiu a dose e foi campeão do veteraníssimo pelo SC Blumoon.

José Estevan Gazinhato, o socialista

Além do futebol, onde é dono de uma trajetória de conquistas, cuja várzea define como “estado de puro amor ao futebol”, onde ao entrar em campo com o coração aberto, só acumula amizades e boas lembranças, José Estevam Gazinhato se define como “socialista”. Sua condição ideológica reflete sua postura enquanto homem, amigo, pai de família e militante político, sempre ao lado da justiça social e do bem comum.

Quem conhece José Estevam confirma cada uma das elogiosas palavras aqui descritas, poucas e insuficientes para definir sua conduta, certamente adquirida desde os tempos do time de moleques chamado Estrela Vermelha, o Estrelinha, inspirado no homônimo Iugoslavo em nossa operária São Bernardo. Residente há 38 anos no mesmo endereço da Vila Magini, Estevam é pai de quatro filhos.

O operário e metalúrgico companheiro Estevam num dos seus muitos times, em São Bernardo do Campo, no caso o Vila Tereza. Da esquerda para a direita, em pé: José Estevam, Raposa, Fanfan, Pilon, Airton e Fuim; agachados: Du, Félix, Valmir, Reginaldo e Clodô. Foto: Acervo pessoal de José Estevam Gazinhato. Data: 1985.
O time de veteranos do Blumoon de sua querida Vila Magini. Da esquerda para a direita, em pé: (?), Wilson, Jairão, Estevam, Coió, Vilson, Mauro, Lucas, Camarão, Lulinha e Roberto Ramalho; agachados: Ed, Penugem, Jabá, Gersinho, Edvaldo, Celso, Carlinhos, Serginho, Zoião, Eder, Porvinha, Catita e Tampinha. Foto: Acervo pessoal de José Estevam Gazinhato. Data: 2002.