Na composição ‘O Rei Pelé’, Jackson do Pandeiro perguntava sobre “quem é o moço com a bola no pé”, a qual ele mesmo respondia: é o Rei Pelé. Que prosseguia, no belo xote em homenagem ao rei do futebol, a afirmar que a bola lhe deu dinheiro, lhe deu nome, lhe deu fama e que a bola lhe colocou entre os maiores dos homens.
Jackson do Pandeiro nunca esteve em Mauá (apesar de sua última esposa, Neusa Flores ter vivido durante muitos anos na cidade, mais precisamente no Jardim Feital), assim como o Rei Pelé, cujos pés sagrados para o futebol também jamais pisaram as canchas da antiga capital nacional da porcelana fina.
Discorremos sobre o senhor Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, que completou no dia 23 de outubro oitenta anos de idade e alguns de seus mais importantes momentos da carreira, com a presença e a testemunha de boleiros “made in Mauá city”.
Mauá, três vezes Pelé
A trajetória de Edson Arantes pelos gramados mundo afora foi marcada por grandes e diversos momentos distintos; foram inúmeras as passagens desde que o jovem atacante começou a escrever seu nome na história do esporte, na qual destacamos seu primeiro gol, o milésimo tento e sua despedida do Santos, em 1974. Em todos esses eventos, Mauá foi testemunha presente.
O primeiro grande ato do Rei foi em 07 de setembro de 1956, no pequeno e saudoso estádio “Américo Guazzelli” em Santo André, quando Pelé anotaria o primeiro dos 1282 gols. Nessa partida disputado contra o Corinthians local (7×1 para o peixe), o lateral-direito do time de Santo André era Vicente Loro, o Bugrão, famoso atleta da cidade com passagens por Juá, Palmeirinha e Seleção de Mauá.
Em outro grande momento da carreira de Pelé, um jogador de Mauá quase estragou a festa preparada para o rei, quando em 19 de novembro de 1969 o Santos enfrentou o Vasco da Gama no Maracanã e a expectativa do milésimo gol do craque santista. Quem saiu na frente do placar foi o Vasco, com um gol marcado por Benetti, ex-Independente de Mauá. O jogo (2×1 para o Santos) entrou para a história por ter testemunhado o gol 1000 de Pelé, marcado em cobrança de um pênalti inexistente, segundo observação do saudoso José Benetti.
Por fim, quando em 02 de outubro de 1974 o atleta do século encerrou suas atividades com a camisa alvinegra do Santos (jogo contra a Ponte Preta, na Vila Belmiro), outro jogador de Mauá estava presente: Da Silva. Oriundo da várzea mauaense, jogou no Parque das Américas e fez carreira, além do Santos, no EC Santo André e em Portugal. Em mais uma oportunidade, Mauá foi testemunha do reinado de Edson Arantes. Nossa cidade deseja ao Rei Pelé feliz aniversário de 80 anos e vida eterna para a figura máxima do esporte bretão.