O Governador João Doria acompanhou na quinta-feira (03) a chegada de 600 litros a granel da vacina Coronavac, correspondente a um milhão de doses. Com esta remessa já são 1 milhão 120 mil doses enviadas pela farmacêutica chinesa Sinovac ao estado de São Paulo.
“Ao lado do Jean Gorinchteyn, Secretário da Saúde do Estado de São Paulo e do Dimas Covas, Presidente do Instituto Butantan, viemos receber aqui mais um lote da vacina Coronavac, a vacina do Butantan, a vacina que vai salvar vidas de milhões de brasileiros”, disse o Governador.
Esta é a segunda remessa a chegar no país, sendo a primeira de 120 mil doses prontas recebida no dia 19 de novembro. Ao todo serão 46 milhões de doses, sendo 6 milhões já prontas para aplicação e 40 milhões em forma de matéria-prima para produção, envase e rotulagem em fábrica própria do Instituto Butantan.
O processo de envase desta primeira remessa de insumos deve levar de quatro a sete dias e envolverá, diretamente, cerca de 40 colaboradores do Butantan. A produção será ininterrupta.
“Estamos cumprindo mais uma etapa fundamental para disponibilizar a vacina em tempo recorde aos brasileiros. A tecnologia e expertise do Butantan já nos permitem realizar parte do processo produtivo em nossa própria fábrica, e estamos trabalhando para muito em breve podermos produzir integralmente a vacina, mediante processo de transferência de tecnologia por parte da Sinovac”, afirma o diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas.
As demais remessas chegarão no decorrer das próximas semanas. Já a disponibilização para a população ocorrerá somente após a comprovação da eficácia, que deverá acontecer após a conclusão da terceira fase dos estudos clínicos e posterior aprovação e registro por parte da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O imunizante se encontra na fase final de testes clínicos em humanos no Brasil e deverá ter os resultados de eficácia anunciados na primeira quinzena de dezembro. No momento estão sendo analisados 74 voluntários que se infectaram com o coronavírus. O número ultrapassou o mínimo necessário, de 61 casos, para a abertura dos estudos e análise. Os dados extraídos desta análise serão enviados pelo Comitê Internacional Independente para a avaliação e aprovação da Anvisa.
Segurança e eficácia
No último dia 19 de outubro o Governo de São Paulo e o Butantan anunciaram que a Coronavac é a mais segura entre as vacinas que estão em etapa final de estudos clínicos no Brasil.
Do total de voluntários que receberam vacina ou placebo, apenas 35% apresentaram algum tipo de reação adversa, mas todas elas classificadas como leves, como febrícula ou dor no local da aplicação. Nenhuma reação adversa grave foi registrada.
Já em novembro a revista científica Lancet, uma das mais importantes no mundo, publicou os resultados de segurança da Coronavac na fases I e II, realizados na China, com 744 voluntários. A publicação mostrou que a vacina é segura e tem capacidade de produzir resposta imune no organismo 28 dias após sua aplicação em 97% dos casos.