TRE confirma indeferimento do Registro de Auricchio, que não explica seu aumento de patrimônio

Segundo dados da declaração de bens do prefeito de São Caetano no TRE da primeira e última eleição, não é compatível com seus rendimentos no período. Será que haverá fiscalização?

Por Samuel Oliveira

A última derrota do prefeito José Auricchio Jr. ocorreu no dia 15/12/2020, três dias antes da diplomação dos vereadores e prefeitos de todo o Grande ABC, menos em São Caetano do Sul onde o candidato que ganhou com 43% dos votos válidos, não poderá assumir seu quarto mandato pois está impedido por ser réu condenado em segunda instância, fato que ocorreu duas vezes pelo colegiado de juízes, e assim estar incluso na Lei da Ficha Limpa. Ainda cabe recurso no TSE.

Este erro, o atual prefeito da cidade não pode jogar nas costas da oposição como ele vem fazendo com tudo o que se tem de errado em suas administrações, e nesta não foge a regra. “Culpa da oposição, que não o deixa trabalhar”, mesma frase utilizada pelo prefeito de Mauá dias atrás, que também tem problemas com a justiça e perdeu as eleições.

Mas, se a Justiça Eleitoral tivesse feito seu trabalho corretamente e com uma lupa, fiscalizado o que de errado existe desde a sua primeira eleição, talvez, os casos não se acumulassem nos tribunais, gerando quase uma centena de processos sendo que muitos ainda dependem de sentenças em trâmites estadual e federal.

Como pode um candidato a prefeito em 2004, declarar a Justiça Eleitoral, Zero Bens, e um mês depois abrir empresa com capital de 1,5 milhão de reais para administrar seus bens próprios? – Os dados estão no site do TRE-SP e só pesquisar empresas com o nome do prefeito José Auricchio e família, qualquer um encontra as falhas de fiscalização da Justiça Eleitoral e da Receita Federal na época.

Como pode um prefeito, com salário líquido de pouco mais de 10 mil reais, entre 2005 a 2008, acumular um patrimônio milionário com inúmeras propriedades, se não tinha BEM algum em 2004, quando de seu registro de candidatura?

Como a Justiça Eleitoral e Receita Federal, ainda não questionou os bens do atual prefeito Auricchio, que em três mandatos, com média de salários de 15 mil reais líquidos, declarou ter em posse de dinheiro e bens, mais de 3,0 milhões de reais, se em 12 anos como prefeito recebeu pouco mais de 2,2 milhões de reais como salários. Auricchio Júnior, poderia explicar como se faz esta multiplicação, visto que, neste mesmo período, ele não exerceu o cargo por quatro anos e teve que sobreviver. Isso só seria possível, se tivesse aplicado todos os salários do período em renda fixa e não gasto nada.

Fatos inexplicáveis para qualquer economista e matemático aconteceram com o prefeito Auricchio, que deveria explicar a justiça e a população, de onde vem tanta inteligência para se conseguir multiplicar salários, quando a maioria da população sofre com o desemprego e falta de dinheiro para coisas básicas.

A justiça Eleitoral já está fazendo a parte dela, impondo derrotas em cima de derrotas ao prefeito por irregularidades, a população também poderia fazer sua parte, e caso tenha novamente eleições suplementares, pensar um pouco mais e dar voto útil a quem não tem restrição jurídica e muito menos várias condenações em segundo grau, e no TSE – Tribunal Superior Eleitoral (última chance) – também ainda cabe recurso.

Não deixar assumir um candidato por duas vezes condenado, é o dever das Justiças Eleitorais, tanto o TRE quanto o TSE, afinal para que teria justiça, se isso acontecer?

Obs: esquecemos de mencionar novamente àquela empresa Tersigno, montada em novembro de 2004, um mês depois da eleição para administrar bens próprios. Será que faliu? – (porque Auricchio na época não declarou nenhum bem) – ou continua no mesmo endereço na Praça Cardeal Arco verde. Quantos bens imóveis a empresa estaria administrando ali de propriedade do prefeito e família, afinal é só para administrar os bens familiares.

Prefeito declarou ZERO BENS em declaração na primeira eleição em 2004
Em 2016, enriquecimento desproporcional frente as declarações anteriores
População e Justiça não atentaram para a formação da empresa menos de dois meses depois de ser eleito