Com a instalação da pandemia da Covid-19, o “Mundo VUCA”, formada pela composição das primeiras letras das palavras Volatility (volatilidade), Uncertainty (incerteza), Complexity (complexidade) e Ambiguity (ambiguidade) idealizado na década de 90, nunca esteve tão presente no dia a dia da humanidade.
Ao longo do tempo, sempre ouvimos pessoas bem-sucedidas se declararem resilientes. Mas um novo conceito, de autoria de Nassim Nicholas Taleb, parece aprimorar a visão de como lidar com as adversidades e os erros. Não apenas os aceitando, mas sobretudo entendendo o imprevisto para assumir uma posição proativa e consciente frente a crise. “Se na resiliência, continuamos apesar dos erros, com a antifragilidade continuamos por causa dos erros.”
Esse novo conceito consiste no desenvolvimento de parâmetros comportamentais e habilidades que facilitam a reversão de crises inesperadas, a favor de seu próprio crescimento e evolução, seja na Vida pessoal ou coorporativa
O antifrágil está em processo permanente de aprendizado, ele não só resiste às crises e mudanças vividas, como se utiliza delas para descobrir habilidades e aprimorar aptidões. Desenvolver um comportamento com mentalidade disruptiva e inovadora, o torna mais antifrágil, isto porque se você não acerta, tá tudo bem! Você aprende, evita frustrações e elimina o vitimismo.
O resiliente resiste, sobrevive e permanece igual. Enquanto que o antifrágil, se beneficia dos impactos do estresse e segue cada vez melhor.
O livro Antifrágil: Coisas que se Beneficiam aos Caos (publicado em 2012) de Taleb, ilustra a distinção dos conceitos fazendo referência a duas figuras da mitologia grega:
– Fenix, um pássaro muito forte que quando morria entrava em auto combustão, e tempos depois ressurgia das próprias cinzas.
– Hidra – uma criatura similar a uma serpente com várias cabeças. E, cada vez que uma das suas cabeças eram cortadas, nasciam duas no lugar. Ou seja, sempre se beneficiava do dano.
A pandemia tem exigido muito de todos nós, embora de uns mais e de outros menos, de alguma forma todos estamos sendo afetados por ela, e os impactos são de naturezas diversas.
A vacina contra a Covid-19 nos traz esperança, mas os efeitos causados pelos vírus parecem longe de serem inseridos em um ambiente controlado. Portanto, adotarmos um modelo mental antifrágil pode nos auxiliar a entender e a enfrentar tudo o que estamos vivendo. Naquela linha, vamos experimentar usar “Para Que” ao invés de “Porque”. Provoque-se, tente não passar por tudo isso em vão, não se limite ao Fenix seja sob qualquer ótica (pessoal ou profissional), busque ser uma Hidra.
É preciso evoluir, aprender e se beneficiar de tamanha lição!
Por Milene Deranian