Esta semana foi divulgada uma carta do núcleo da elite brasileira com mais de 500 assinaturas de banqueiros e grandes empresários, criticando a postura do governo federal frente à pandemia. Foram necessárias mais de 300.000 mortes em um ano de descontrole e colapso na saúde, para as ilustres figuras demonstrarem um esboço de reação, porém, isto não tem nada haver com solidariedade.
A questão é que agora a covid-19 está alcançado a grande burguesia também, devido a lotação nos hospitais privados, a falta de remédios para intubação e a restrição a viagens ao exterior. Por isso, agora os grandes banqueiros consideram importante medidas como as de isolamento social.
Se esboça um movimento desse setor de tentar colocar toda a culpa apenas em Bolsonaro, se esquivando do apoio que ofereceram ao presidente. Todos conheciam os seus antecedentes e isso nunca os chocou, pois o que sempre interessou eram as promessas de matar os mais pobres, atacar os direitos dos trabalhadores, acabar com a Previdência Social, a conhecida agenda liberal, e enquanto o plano estava sendo executado, não se preocuparam com o genocídio que atinge o povo brasileiro, porém, neste momento a doença também os ameaça e os seus lucros começaram a ser afetados.
Há uma clara intenção de se afastar politicamente de Bolsonaro, para manterem sua influência e escaparem da pecha de filhotes do genocídio, porém, não podemos esquecer aqueles que até ontem apoiaram a política de morte do governo, isso seria jogar para debaixo do tapete os 300.000 brasileiros que se foram.
Max Marianek
Graduado em História pela CUFSA e graduando em Biblioteconomia pela USP.