Arara-canindé é reencontrada em Santo André

Ave foi encontrada a cerca de dois quilômetros do local de origem; resgate foi feito pelo Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal

Nesta segunda-feira (19), depois de um final de semana de espera angustiada, Cleber Correa Baltazar, de 45 anos, pôde respirar aliviado. Rock, a arara-canindé que ele cria desde filhote e que havia fugido na última sexta-feira (16) por uma fresta do telhado, foi encontrada em uma casa na Vila Marina, a dois quilômetros de onde Cleber mora.

A encarregada do Departamento de Proteção Bem-Estar Animal, da Secretaria de Meio Ambiente de Santo André, Daniela Victor da Silva Freire, é a responsável pelo trabalho de resgate de animais silvestres na cidade e  foi quem contatou o dono da ave. Baltazar já havia postado fotos do Rock nas redes sociais, inclusive com oferta de recompensa, na esperança de que alguém o tivesse visto.

A ideia deu resultado, porque assim que Daniela foi acionada para resgatar um arara perdida, imediatamente entrou em contato com Baltazar. O dono continuava procurando Rock pela cidade, incluindo visitas ao Parque Antonio Flaquer, conhecido Parque Ipiranguinha, que fica próximo à sua casa, na Vila Pires.

“Eu crio essa arara desde bebê, eu dava alimento na mamadeira. Ela é muito importante para mim e para  a minha família. E quando eu a vi entrando no buraco do telhado, na sexta-feira, fiquei muito preocupado e fui tentar pegá-la, mas não consegui, ela escapou. Fiquei olhando para ver para onde ela ia e fui atrás, mas é difícil acompanhar o trajeto de um animal que voa. Acabei perdendo o Rock de vista”, contou.

Na manhã desta segunda-feira, a arara foi parar na árvore de uma casa em que mora uma família que, reconhecendo a presença de um animal silvestre, acionou imediatamente a Secretaria de Meio Ambiente.

“A arara estava tranquila, tentou pousar no ombro do nosso vizinho, e ficou no quintal da nossa casa. Também notamos que ela estava com anilha (um anel na pata que tem a função de identificar a ave e o criador, comprovando se tratar de um animal com registro no Ibama) e achamos que ela deveria esta perdida”, contou o fotógrafo Alex Cavanha.

A criação de animais silvestres que não nasceram em cativeiros autorizados e registrados no Ibama é crime, por isso Daniela Victor alerta que é preciso ter cuidados para adquirir um animal silvestre. “O animal deve ter nota fiscal, vir de um cativeiro legalizado pelo Ibama e ter marcação individual como a anilha ou microchip, em alguns casos”, recomendou. “A arara-canindé é uma das aves mais requisitadas pelos traficantes de animais”, alertou.

Cleber Baltazar tomou todos estes cuidados quando adquiriu o Rock há dois anos e desde então construiu uma relação de amor com a ave, que segundo ele, é parte da família. A possibilidade de nunca mais encontrar o amigo trouxe tristeza demais. “Ainda bem que ele foi encontrado. Me sinto muito feliz e grato. Deu tudo certo”, comemorou.

Quem encontrar um animal silvestre perdido ou ferido deve entrar em contato com a Secretaria de Meio Ambiente através dos telefones 4433-1958 ou 4433-1957.