Lei Aldir Blanc contempla projetos da cultura Indígena de São Bernardo

Apesar de poucos saberem, São Bernardo do Campo tem uma parte de sua população constituída por povos indígenas que vivem em aldeias tradicionais. Mesmo habitando as partes mais remotas e de difícil acesso do município, nossos conterrâneos indígenas também têm sua cultura contemplada pela Lei Aldir Blanc, que selecionou quatro projetos intitulados: Cântico e Dança da Aldeia Guyrapaju, Tembui’u Porã Reguá (culinária da aldeia Kuaray), Território Intercultural Pós-Balsa- Belo Caminhar / Balaio Enfeitado e Jovens Guerreir@s Comunicação Social.

Com o objetivo de fazer a população da cidade conhecer os aspectos e práticas do povo Guarani, o projeto Aguyjevete Para Nossa Luta – Cântico e Dança da Aldeia Guyrapaju promoverá uma ocupação cultural no Casarão da Chácara Silvestre, caracterizada como uma ação intercultural com cânticos, danças, exposição de artesanato e rodas de conversas nas quais crianças, jovens, lideranças e anciões da aldeia discorrerão sobre seu modo de vida. Esse projeto foi proposto por Elson Silva (Mirim Elson) e foi selecionado pelo Edital 19 – Culturas Identitárias.

A culinária guarani também é tema de um projeto cultural intitulado Tembui’u Porã Reguá – Culinária da Aldeia Kuaray Rexakã, realizado pelas mulheres indígenas da aldeia. O projeto consiste em uma ação culinária com ocupação cultural a ser realizada no Casarão da Chácara Silvestre, onde acontecerá uma exposição de artesanato, apresentação de aspectos e práticas da cultura tradicional e uma roda de conversas. Este projeto também integra o Edital 19 – Culturas Identitárias, na categoria Cultura Indígena – Povo Guarani e tem como proponente Lídia Krexu.

Os livros Guata Porã (Belo Caminhar) e Varai Para’i Reguá (O Balaio Encantado), escritos por autores e pesquisadores indígenas, serão temas de palestras e debates nos espaços públicos de São Bernardo do Campo, como parte integrante do projeto intitulado Território Intercultural Pós- Balsa – Belo Caminhar / Balaio Enfeitado, de autoria de Elson da Silva e Lídia Krexu. O projeto foi premiado no Edital 20 – Territórios Descentralizados e tem como proposta a realização de ações interculturais no território do Pós-Balsa.

Criar um canal de comunicação social comunitária por meio de plataformas digitais, que possibilitem o desenvolvimento da produção intercultural bilíngue é a proposta intitulada Jovens Guerreir@s Comunicação Social, de autoria de Roger Muniz, Mirim Elson e Lídia Krexu, premiada pelo Edital 15 – Linguagens Livres. Entre os objetivos propostos, está a realização de uma pesquisa de produção intercultural bilíngue, com interfaces da linguagem narrativa e da fotografia, entre jovens indígenas das aldeias Guyrapaju e Kuaray Rexakã e os jovens não-indígenas do território do Pós-Balsa.