Várias organizações de esquerda parecem priorizar, neste momento grave, as eleições de 2022, deixando de lado a luta pelo impedimento de Bolsonaro. Esta inversão é extremamente perigosa, pois joga com a vida dos brasileiros. Não é possível aguardar as e-leições de 2022 para tirar Bolsonaro do poder, até lá o estrago social e econômico, além da devastação de vidas humanas, será imenso, já ultrapassamos neste momento a marca de 414.000 mortos no país!
Bolsonaro com seu negacionismo e sua insistência em dificultar a compra de vacinas, como está sendo evidenciado pela CPI no senado, realiza uma política genocida, que destrói as bases da nação. Nada pode justificar qualquer tipo de evasiva com relação à luta pelo impeachment.
Além disso, a priorização das negociações eleitorais parte de um pressuposto equivocado, de que a burguesia nacional e a elite política estariam dispostas a romper com o bolsonarismo, para se aproximarem de um projeto mais popular, em um momento de grave crise econômica e social, em que medidas mais profundas de arrocho se fazem necessárias da perspectiva do capital.
As organizações e líderes políticos ligados aos trabalhadores que optarem por esse caminho estarão jogando com sua responsabilidade histórica frente a um cenário calamitoso, usando a vida do povo brasileiro como ficha de aposta, para simplórias negociações eleitorais, tentando atrair a direita que apoiou e órbita Jair Bolsonaro.
Max Marianek
Graduado em História pela CUFSA
Graduando em Biblioteconomia pela USP