Eleições no Chile

Esta semana aconteceram eleições no Chile para as prefeituras e governos locais e para a nova Assembleia Constituinte, que irá enterrar a Constituição do período neoliberal de Pinochet.

A esquerda conseguiu a maioria das cadeiras para a nova Assembléia, enquanto a direita liberal sofreu uma grande derrota, algo extremamente irônico, pois o país era considerado o modelo ideal por todos os liberais brasileiros.

Diversos serviços públicos haviam sido privatizados na ditadura de Pinochet: a previdência (neste caso gerando o maior índice de suicídios de idosos no mundo), as universidades, a água, isto para ficarmos apenas em alguns exemplos.

Este projeto levou a um crescimento da desigualdade e exploração, o que acabou gerando um clima de mal estar social generalizado, levando à explosão de massivas manifestações que exigiam uma nova constituição e colocaram em xeque o projeto liberal chileno.

Este modelo privatista, era o farol para as classes dominantes da América do Sul. O esfarelamento deste castelo de areia chocou os “grandes analistas” econômicos. Porém, não há nenhuma palavra sobre o Chile e a falência da utopia liberal, nenhuma sílaba de autocrítica, pelo contrário, esses analistas continuam insistindo em aplicar em nosso país a mesma receita caduca.

Outro fator relevante desta eleição foi o crescimento do Partido Comunista Chileno, este saiu fortalecido da eleição, assumindo cada vez mais o papel de protagonista da oposição, elegendo a prefeita de Santiago, Iraci Hassler e reelegendo Daniel Jadue para a prefeitura de Recoleta com mais de 64% dos votos. Daniel Jadue atualmente lidera as pesquisas para as eleições presidenciais no fim do ano.

Max Marianek
Graduado em História pela CUFSA
Graduando em Biblioteconomia pela USP