Por um ambiente de negócios mais favorável

Alan de Camargo

Alan de Camargo

28 de Maio

Que os empreendedores no Brasil nunca tiveram dias fáceis é de conhecimento de todos, mas o atual momento é de profunda falta de perspectiva. Como já mencionei em textos anteriores o ambiente de negócios no Brasil é de tirar o sono de qualquer um, o peso do estado sobre as empresas, o excesso de burocracia, a complexidade tributária e a insegurança jurídica faz com que o Brasil seja solo fértil para afugentar investidores e impedir os sonhos de empreendedores.

Mas de fato, quais são as ações efetivas e viáveis capaz de melhorar o ambiente de negócio? De acordo com algumas entidades, as cidades são responsáveis por fomentar o empreendedorismo local proporcionando um ambiente mais fácil para negócios e o exemplo desse cenário fica mais evidente quando avaliamos o ICE – Índice de Cidades Empreendedoras desenvolvido pela Endeavor em parceria com a ENAP – Escola Nacional de Administração Pública.

Nesse relatório foram analisados os 100 maiores municípios de acordo com as seguintes determinantes: Ambiente Regulatório, Infraestrutura, Mercado, Acesso a Capital, Inovação, Capital Humano e Cultura Empreendedora. Essas informações podem servir de base para introdução de boas práticas para gestores públicos e para entidades que promovem o empreendedorismo pelo país.

A cidade de São Paulo aparece encabeçando o relatório principalmente pelas determinantes relacionadas a Infraestrutura e Acesso a Capital. Chama atenção Florianópolis que se destaca em Inovação e Capital Humano.
Outra informação importante que saltam aos olhos é que nas cidades onde a Cultura Empreendedora é mais evidente as primeiras 23 cidades listadas no ranking estão no norte e nordeste, porém no resultado final apenas Boa Vista aparece entre as 35 primeiras cidades ocupando a posição de 19ª lugar. Isto comprova que não basta ter vocação para empreender, é necessário o apoio do estado e de entidades que promovam o empreendedorismo para que os resultados possam ser comprovados na prática.

De acordo com a OCDE os impactos de performance devem ficar explícitos nos resultados sociais e econômicos com geração de empregos, crescimento da economia, redução da pobreza e formalização de empresas e empreendedores.

O empreendedor brasileiro é de fato um guerreiro pronto para enfrentar qualquer batalha, mas se o Estado ajudasse um pouquinho tudo ficaria muito mais favorável para vivermos em um país mais justo em que todos pudessem chegar lá.

Alan de Camargo

Alan de Camargo

Empreendedor, Líder do Movimento Livres, RenovaBR e da Rede Global de Empreendedorismo em São Caetano, Colunista do Jornal Imprensa ABC, membro do Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico de São Caetano do Sul e membro do CID (UNESCO).