Projeto premiado no Edital 11 – Prêmio Formação Arte-Educadores em Artes Visuais da Lei Federal Aldir Blanc, a Oficina Narração de Audiolivros é uma oportunidade de interessados se habilitarem para uma atividade profissional em franca expansão. O projeto, que começou em 10 de maio e vai até outubro, ocorre por meio de videoaulas e conta também com quatro encontros ao vivo nos quais alunos e arte-educador poderão interagir e esclarecer dúvidas relacionadas a esse importante campo profissional.
Ao obter a habilitação para narrador de audiolivros, o aluno se credencia a ter uma profissão, ou, no caso de educadores e artistas, a ampliarem suas áreas de atuação, mediante uma especialização. De acordo com Marcelo Nascimento, arte-educador dessa oficina, o mercado de trabalho na área é muito promissor, pois as editoras têm uma grande carência de narradores de audiolivros. Marcelo fundamenta sua afirmação, citando que o Brasil possui seis milhões de pessoas com deficiência visual que necessitam dessa ferramenta como seu principal material didático. Lembra também que, em 2019, as editoras brasileiras disponibilizavam apenas três mil títulos em audiolivros, enquanto as editoras norte-americanas dispunham de 43 mil títulos nesse mesmo ano.
Outra utilidade dos audiolivros, afirma Marcelo, é o de ser uma ferramenta educacional com a qual os professores podem diversificar, ampliar e dinamizar sua atuação.
Por ter uma finalidade diferente da locução, a narração de audiolivros requer uma formação diferente à do locutor. O arte-educador explica que, ao invés de focar em uma voz bonita, esse narrador deve colocar-se em segundo plano e valorizar o conteúdo dos livros. Isso se faz com várias técnicas e estratégias comunicacionais baseadas em Neurociência. Marcelo também comenta que a formação profissional aprimora a capacidade de comunicação dos participantes. Um outro tópico abordado na oficina são as possibilidades de trabalho de gravação com diferentes equipamentos, inclusive com a orientação de como montar o próprio estúdio.
Nascido no bairro Jardim Petroni, em São Bernardo, sem nunca ter morado em outra cidade, Marcelo considera-se um munícipe “raiz”, que cursou o SENAI e foi metalúrgico na Mercedes Benz, o que lhe permitiu pagar seus estudos até formar-se e poder ser hoje um profissional da Comunicação. Formado em Jornalismo pela Universidade Metodista, em São Bernardo, Marcelo, além de narrador de audiolivros, também faz locuções comerciais para diversas mídias. Já trabalhou em várias emissoras de rádio e gravou para a Universidade Falada (empresa que disponibiliza diversos audiolivros gratuitos).
A atual oportunidade de trabalho em arte-educação, proporcionada pela Lei Aldir Blanc, é um importante estímulo, principalmente neste período de pandemia, em que a classe artística passa por tantas dificuldades, finaliza Marcelo.