Os Militares e o Governo
Nos últimos dias as forças armadas ameaçaram o sistema democrático brasileiro, primeiro com a nota golpista do ministro da Defesa Braga Neto, assinada também pelos comandantes das três armas e posteriormente com a entrevista do Tenente-Brigadeiro Carlos Almeida, comandante da aeronáutica, onde reforçou as ameaças da nota.
Estas não são as primeiras ameaças do partido fardado nos últimos tempos. Os militares tentam se colocar como poder moderador dentro da república brasileira, utilizando o seu monopólio da força como instrumento de pressão sobre as outras instituições e forças políticas.
O governo Bolsonaro é o mais militarizado da história do Brasil, cerca de 6.000 militares ocupam cargos na administração federal. Porém, apesar dos benefícios desta ocupação, os oficiais começam a se preocupar com o derretimento de sua popularidade, o que lhes garante legitimidade para atuarem como força que tutela os poderes na república.
A presença ostensiva de militares na administração federal está servindo para acabar com o mito da eficiência e honestidade do partido fardado entre o povo brasileiro.
A corrupção envolvendo diversos militares na compra de vacinas, um crime absurdo que está sendo investigado, é uma afronta à nação, que morre enquanto aguarda a imunização.
A ineficiência na compra de vacinas e a aposta em remédios sem o aval de médicos e cientistas, protagonizados pelo general Pazuello demonstram qual o caráter da formação dos militares brasileiros (além do absurdo de um general que nem sabia o que era o SUS se transformar no ministro da saúde e sua participação no evento dramático da falta de oxigênio em Manaus).
Os militares foram e continuam sendo cúmplices do governo Bolsonaro.
Max Marianek
Graduado em História pela CUFSA
Graduando em Biblioteconomia pela USP