Em um dos vídeos mais recentes de meu canal no Youtube (http://www.youtube.com/c/CaioBrunoComunicação) falei sobre a força parlamentar intitulada Centrão. Sua origem, formação e seu apoio, ora mais uniforme, ora não, a exatamente todos os governos desde a redemocratização do Brasil em 1985.
Para o bem e para o mal, o Centrão é o fiel da balança no Congresso Nacional e fiador da estabilidade dos presidentes da república. Jair Bolsonaro, o atual ocupante do Palácio do Planalto não foge à regra. Em queda na popularidade, o ex-capitão do Exército está cada vez mais aliado ao ajuntamento de deputados e senadores desse grupo político para se manter na cadeira mais importante do Brasil.
A provável nomeação do senador Ciro Nogueira (Progressistas – PI), presidente nacional de seu partido e um dos caciques do Centrão para o Ministério da Casa Civil é a prova de que Bolsonaro está cada vez mais dependente dessa aliança.
A Casa Civil é a pasta mais importante na estratégia de poder de um governo e historicamente sempre foi ocupada por pessoas da estrita confiança do Chefe do Executivo. Podemos citar como exemplo, o General Golbery do Couto e Silva no Governo Ernesto Geisel (1974-1979) ou José Dirceu no início do Governo Lula (2003-2005).
Ao ceder a nevrálgica Pasta, é como se Bolsonaro passasse a chave do bunker para o Centrão. Por ali passam nomeações, controle de verbas, operacionalização de projetos e outras atribuições que, sabiamente utilizadas, alavancam ou enfraquecem uma gestão.
O presidente da República se vendeu ao eleitorado em 2018 como alguém de fora do jogo. Nunca foi. É um jogador nato. Se alguém ainda tinha dúvidas disso, a eventual nomeação de Ciro Nogueira e a grande influência do presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (Progressistas – AL) falam por si só.
É bom o General Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da presidência da República atualizar a paródia que fez do samba Reunião de Bacana na convenção do PSL que oficializou Bolsonaro candidato em 2018. Ao invés de “Se gritar pega centrão, não fica um meu irmão”, passa a ser “Eles nos têm nas mãos, é o centrão meu irmão”.
*Caio Bruno é jornalista e especialista em Marketing Político. Contato: caio.cbruno@gmail.com