Quem faz esta afirmação de forma provocativa é o jornalista Humberto Domingos Pastore, nascido e residente em São Caetano do Sul. Vale recordar que ele no ano passado já havia levantado a polemica ao dizer que acontecia neste município uma farsa que perdurava por 143 anos.
Pastore volta a carga, justamente no mês de julho, quando São Caetano festeja no dia 28 os seus 144 anos. A alegação do jornalista é que nesta data o que se comemora é a chegada das famílias italianas ao Núcleo Colonial São Caetano e que o município só passou a existir mesmo, de fato e por direito, a partir do plebiscito realizado em 24 de outubro de 1948, quando a população escolheu andar por suas próprias pernas, se libertando de Santo André. Até ali, afirma, São Caetano era só uma vila, um subdistrito da cidade vizinha.
Humberto em sua fala diz que não quer diminuir a importância da data de 28 de julho, que segundo ele deve sim, continuar ser festiva, mas que pretende ver elevada ao mesmo patamar a data de 24 de outubro. Numa se celebra a fundação do Núcleo Colonial da Fazenda São Caetano, e no outro a criação do Município de São Caetano do Sul. Para justificar, recorda que na bandeira da cidade já constam estas duas datas.
Bênção de Mário Porfírio
Na foto que ilustra esta matéria vemos Humberto Domingos Pastore ao lado do líder autonomista Mário Porfírio Rodrigues. Pastore disse que semanalmente conversa por telefone com Mário, hoje com 95 anos e que por isso não tem vindo tanto para São Caetano do Sul: “Esse líder autonomista que é meu exemplo de vida, deu sua bênção para o movimento que visa modificar a idade do município. Mário me contou que gostaria de ainda ver esse erro corrigido. Quem sabe a Prefeitura não cria uma comissão para estudar a forma de resolver a situação”, reivindica Pastore.
Movimento 8.463
Domingos, como também é conhecido, deixa claro que se expressa como morador de São Caetano do Sul e não como secretário do GAMA, Grupo de Amigos do Movimento Autonomista. Tanto, diz ele, que está criando o Movimento 8.463. E quando indagado sobre a escolha do nome responde com entusiasmo que este número 8.463 é o dos moradores da então Vila São Caetano que votaram no SIM para que o município fosse criado. Naquele domingo, 24 de outubro de 1948, 1.029 votaram NÃO, ou seja, pela continuidade em ser um subdistrito de Santo André.
Pastore disse que recentemente recebeu cópia de uma revista com 34 páginas publicada em julho de 1927 com o título “Página de Verdade e de Vida”, e produzida por Renato Bellucci para celebrar os 50 anos da história da população de São Caetano. Ele conta que na página sete, antes de citar os nomes dos titulares das famílias italianas vindas de Mântua e Treviso, o texto deixa bem claro que o que se comemorava era a fundação do Núcleo Colonial: “A título de honra publicamos a lista das famílias fundadoras da Colônia de S. Caetano”. Não podia se falar em cidade, já que o município não existia, reforça o jornalista.
Humberto Domingos Pastore (Mtb 13.382)