Todos os dias vemos nos meios de comunicação os jornalistas comentando: “o mercado não gostou de tal iniciativa”, “o mercado está nervoso” e assim por diante.
Após o rompimento da barragem em Brumadinho, onde diversas pessoas morreram, o ministro Onyx Lorenzoni na época afirmou que não seria bom afastar a diretoria responsável pela catástrofe, pois “não seria uma boa sinalização para o mercado” e os exemplos deste tipo de conduta se multiplicam ao infinito todos os dias na grande mídia.
Talvez se um antigo romano, ou grego viajasse para o nosso tempo e assistisse o noticiário, imaginaria se tratar de algum tipo de deus pagão, extremamente caprichoso, mimado e irritadiço. Um deus que não pode ser contrariado e sempre exige mais sacrifícios. Pois é o que ele parece nas falas cotidianas dos “especialistas”: uma entidade abstrata que controla nossas vidas.
Porém, essa entidade possui existência material, sua carne e ossos são os bancos, as empresas monopolistas, os especuladores e financistas, a burguesia brasileira e internacional, em resumo a classe dominante, que sempre controlou o Brasil e atacou os trabalhadores/as.
E na última semana está sendo revelado mais um “capricho” deste deus maligno. Descobrimos as experiências realizadas por um grande plano de saúde privado com os pacientes nos hospitais da rede e uma política sistemática de morte, todo o horror dessa experiência ficou sintetizada em uma frase dita aos médicos do plano: “morte também é alta”.
Esse caso escancara como é a lógica de um serviço médico guiado pela lógica mercantil e do lucro. Ao invés de tratar dos doentes, causavam suas mortes, pois era mais lucrativo. A lógica do capital, a mesma de um câncer.
O Deus-Mercado exige mais sacrifícios de vidas humanas de tra-balhadores em seu altar e os jornalistas e economistas, os novos sacerdotes desse deus, entoam cânticos de louvor, convencendo as vítimas a se auto-imolarem.
O Deus-Mercado sempre quer mais sangue!