Desde a oficialização da candidatura de Sergio Moro, ficou evidente que alguns setores da burguesia brasileira, principalmente os ligados aos grandes veículos de comunicação, encontraram o seu candidato preferencial.
Nos próximos meses será realizado um grande esforço e investimento em dinheiro, para tentar viabilizar o ex-juiz como o candidato da “terceira via”, tentando desvincular Moro de sua participação no governo protofascista de Bolsonaro.
Sergio Moro demonstra ser uma figura lastimável, um juiz que atuou com claras intenções políticas, que retirou o candidato favorito da eleição de 2018 para ter as portas abertas ao poder, que relativizou a corrupção da família Bolsonaro, que tentou estabelecer uma política ainda mais genocida do estado brasileiro frente às populações negras e pobres.
Moro é o bolsonarismo (fascismo) que sabe usar talher e faca, com verniz civilizado, mas tão bárbaro quanto o seu ex-patrão.
Por outro lado, a classe dominante também mantém vivo Bolsonaro ao realizar um pacto com o STF e o Congresso, e permitir que o ex-capitão continue no palácio do planalto. Mesmo diante das gigantescas irregularidades e crimes que circundam o atual governo. Demonstrando nitidamente que não interessa os crimes cometidos por um presidente, mas sim o acordo realizado entre os setores da elite.
Enquanto isso, Bolsonaro aproveita o tempo que lhe resta para tentar se colocar como a opção mais competitiva para a burguesia e viabilizar sua ida ao segundo turno, abrindo assim a possibilidade de rearranjar as forças políticas e sociais que o levaram ao poder.
Max Marianek – Graduado em História pela CUFSA, Graduando em Biblioteconomia pela USP