O ano de 2022 começa com práticas bem comuns no universo político principalmente em ano de eleições gerais. Alguns dos players políticos engatilharam suas armas para um mesmo alvo.
As retóricas contra o ex-juíz e ex-ministro Sérgio Moro são inúmeras e tão absurdas que não se sustentam. Diante de tantos rótulos fica a reflexão. Haverá espaço para uma terceira via para furar essa polarização? Eu acredito que sim.
As tentativas para desqualificar a presença do ex-juíz Sérgio Moro do cenário político, reforçam uma preocupação do sistema para lidar com alguém que foi tão intransigente com a corrupção. Fosse o ex-juíz um pária, um player sem expressão na corrida eleitoral, não estaríamos assistindo as inúmeras tentativas para desqualificá-lo ou até mesmo colocá-lo em uma disputa ao senado pelo Paraná, algo que em tese seria mais palatável ao sistema.
O enfraquecimento do atual presidente, injeta uma dose de adrenalina na campanha do ex-juíz. A corrida desse espectro político se fortalece contra a possibilidade de retorno ao poder do ex-presidente Lula que carrega grande rejeição principalmente daqueles que se identificam com o pensamento de centro direita e extrema direita. Essa rejeição poderá fortalecer um adversário que consiga reunir mais condições de enfrentá-lo em um eventual segundo turno. Nesse cenário, com as pesquisas mostrando cada vez mais que Bolsonaro sucumbirá a um possível segundo turno com o ex-presidente, cresce as chances do ex-juíz Moro.
E o Ciro nessa história toda? Apesar de sua boa colocação nas pesquisas, aparecendo como o quarto nome abaixo ainda dos dois dígitos e um carinho especial de parte da imprensa, Ciro corre numa raia muito próxima a de Lula e sua missão passa a ser muito mais difícil.
Desse emaranhado todo não podemos renegar a força eleitoral do governador de São Paulo, João Doria.
Apesar de sair de uma posição muito ruim, o governador é reconhecido por uma força eleitoral muito grande e tem como seu maior ativo político, ser o “cara” da vacina.
Trocando em miúdos, dos três nomes mais evidentes da terceira via, Moro, Ciro e Doria, o que tem sido alvo mais constante de seus opositores é Moro. Talvez por isso, e claro que não só por isso, fica evidente que mesmo ainda com sua clara dificuldade de caminhar no ambiente político, Moro se apresenta como o maior desafio para seus adversários e para um sistema que não gostaria de ver no executivo federal em Brasília o mesmo fantasma que assombrou em outros tempos lá pelos lados de Curitiba.