O pressuposto de muitos analistas liberais é de que existe apenas um caminho de desenvolvimento econômico e que os diferentes países do mundo se encontram em diferentes níveis de progresso, mas que este seria linear e homogêneo. Assim, todos devem acompanhar este trajeto, embora em ritmo diferente.
Por esta perspectiva todo crescimento econômico é qualitativamente o mesmo, igual, somente variando a velocidade. Todos irão alcançar o mesmo estágio superior uma hora ou outra e para alcançar esse crescimento seria necessário aplicar uma série de medidas que seriam as mesmas para todos os países, da Noruega ao Congo, passando pelos EUA, Bolívia e Brasil. Todos os países subdesenvolvidos alcançariam o desenvolvimento seguindo no mesmo rumo.
A primeira observação necessária é que cada país tem o seu processo histórico particular, condições e características peculiares que devem ser levados em conta na preparação de qualquer projeto, não é por que algo deu certo em Paris, que necessariamente vai dar certo em Santo André.
A segunda observação é de que o capitalismo é um sistema internacional em que os diferentes países ocupam posições qualitativamente distintas, o crescimento não é necessariamente igual em todos os países. O subdesenvolvimento é resultado de condições históricas.
Por exemplo, o Brasil pode crescer 2% em um ano, mas por aumentar a área agrícola para as plantações e a extração de minério de ferro, enquanto isso a Alemanha pode também crescer 2% ao ano, mas por que ampliou o investimento em ciência e tecnologia.
Ambos, nessa situação hipotética, tiveram crescimento de 2%, porém eles são completamente distintos. Um fortalece o caráter colonial primário-exportador, enquanto o outro o processo técnico-científico e ambos os países têm posições diversas na divisão internacional do trabalho.
Max Marianek
Graduado em História pela CUFSA
Graduando em Biblioteconomia pela USP