Atualmente, de acordo com dados de pesquisas, 33 milhões de brasileiros passam fome e metade da população, algo em torno de 125 milhões de pessoas, passam por alguma situação de insegurança alimentar.
Outras pesquisas mostram que a renda dos brasileiros encolheu, o salário dos trabalhadores diminuiu e boa parte destes rendimentos são utilizados para comprar alimentos, puxados por uma forte inflação. O Dieese divulgou o valor da cesta básica em São Paulo no mês de maio, o preço dos itens alcançou a média de 777 reais, já o salário mínimo está na casa dos 1.212 reais.
Enquanto isso, a expectativa para as exportações do Brasil em 2022 de commodities (soja, milho, carne, café, minérios), de acordo com o Banco Central, é de 328 bilhões de dólares. Somente em fevereiro deste ano o Brasil exportou 22,9 bilhões de dólares, deste valor, 10,5 bilhões são referentes ao comércio do agronegócio.
Ou seja, enquanto a população brasileira passa fome e dificuldades para se alimentar, o agronegócio brasileiro exporta toneladas de alimentos para fora do país, obtendo lucros gigantescos. Ao invés destes produtos serem comercializados no mercado interno brasileiro, garantindo o abastecimento nacional, a segurança alimentar e a diminuição dos preços, eles são exportados gerando lucros bilionários para o setor latifundiário, o verdadeiro nome do agronegócio.
Uma política de estoque de grãos, de armazéns públicos e de controle das exportações, através do estado, é extremamente necessária para organizar a distribuição dos alimentos e garantir comida no prato dos brasileiros.
Diversos países nesse momento de crise estão restringindo suas exportações de alimentos para garantir o abastecimento. O lucro de alguns latifundiários e seus financiadores rentistas, não pode ser mais importante que o direito à alimentação do povo brasileiro. Não deveria sair um quilo de carne deste país, enquanto um brasileiro passar fome.
Por isso devemos reivindicar uma política de planejamento econômico, ao invés do livre jogo dos mercados. Esta “livre” movimentação está levando milhões à fome.
Max Marianek
Graduado em História pela CUFSA
Graduando em Biblioteconomia pela USP