Feira de Cultura Indígena acontece no fim de semana em São Caetano

O primeiro e maior evento do país com foco na promoção da cultura dos povos ancestrais no meio urbano está de volta. A XII Feira de Cultura Indígena de São Caetano do Sul acontece nesta sexta-feira (16/9, das 18h às 22h, na Estação Cultura), sábado e domingo (17 e 18/9, das 9h às 18h, no Espaço Verde Chico Mendes). 

São esperados cerca de 100 indígenas de mais de 20 povos de diversos estados brasileiros e do exterior, entre os quais Pankararu, Guarani Mbyá, Jeripankó, Fulni-ô, Pataxó, Pankararé, Waurá, Payayá, Tupinambá, Kariri, Kariri Xocó, Tikuna, Muiramomi, Anajá, Kamakã Mongoió, Boe Bororo, Tabajara, Tupi-Guarani, Borum Krekmun, Kutanapu, Tingui Botó, Quechua Otavaleños (Peru) e Mapuche (Chile).

A entrada é livre para toda a família. Pede-se a contribuição de alimentos não perecíveis, que serão entregues às comunidades participantes. Além da presença de indígenas na Estação Cultura –  Rua Serafim Constantino, s/n° (piso superior do terminal rodoviário), no Centro, e no Espaço Verde Chico Mendes – Av. Fernando Simonsen, 566, bairro Cerâmica – o atual formato do evento conta com visitas de indígenas a escolas da cidade.

A Feira de Cultura Indígena é idealizada e realizada pelo Programa Índios na Cidade, da ONG Opção Brasil e, atualmente, pela RENIU (Rede Nacional de Articulação dos Indígenas em Contextos Urbanos e Migrantes) e pelo Instituto Social Cultural Brasil, por meio do Coletivo Índios na Cidade. O apoio é da Prefeitura de São Caetano do Sul, pela Secretaria de Cultura. 

Cultura indígena na cidade

Oferecendo uma programação diversificada, com a atenção voltada à disseminação do conhecimento acerca dos povos originais, a ação já passou por Campinas, Vale do Paraíba (Jacareí, Santa Branca e São José dos Campos), Araraquara, São Paulo, São Bernardo do Campo e Santo André, sempre com sucesso de público. 

“Essa expansão provoca o diálogo sobre a cultura indígena na cidade, a vivência, porque essa temática ainda é distante das pessoas. As pessoas não consomem cultura indígena. E consumir não é só comprar um produto, mas assistir a um filme sobre a questão indígena, provar da culinária tradicional, por exemplo”, comenta o coordenador do programa Índios na Cidade, Marcos Júlio Aguiar.

“São Caetano do Sul é a primeira cidade a colocar a cultura indígena em seu Plano Municipal de Cultura, desde a primeira versão, sem aldeias em seu território. Ou seja, há pelo menos 10 anos já vem trabalhando o diálogo sobre cultura indígena no meio urbano”, acrescenta Marcos.

A primeira edição da Feira de Cultura Indígena aconteceu em 2014, em São Caetano, sede do trabalho com os povos originais que vivem no contexto urbano. O objetivo é tirar da invisibilidade a realidade do migrante fora das aldeias, além de colocar em discussão a cultura indígena na cidade. 

Outras informações podem ser obtidas por e-mail: reniu.indcid@gmail.com ou whatsapp: (11) 9 97439-1011. 

Programação

Estação Cultura – Rua Serafim Constantino, s/n (piso superior do terminal rodoviário) Centro 

16/9, sexta-feira 

18h às 22h – venda de produtos e de alimentos típicos da culinária indígena 

19h às 21h – Diálogos e vivências. Entre os temas abordados, a Declaração Universal dos Direitos Indígenas da ONU, a lei 11.645/2008 (que torna obrigatório o estudo da história e cultura indígena e afro-brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio) e o Dia Internacional das Mulheres Indígenas (celebrado em 5 de setembro)

Professores poderão se inscrever por intermédio do Cecape – Centro de Capacitação dos Profissionais da Educação “Dra. Zilda Arns” para certificação

Espaço Verde Chico Mendes – Av. Fernando Simonsen, 566, bairro Cerâmica 

17/9, sábado 

9h às 18h – exposição e venda de produtos (culinária, literatura, ervas medicinais, artesanato, entre outros)

10h – Ritual de canto e dança de abertura 

11h – Roda de conversa sobre dialetos indígenas (no quiosque, com Luciana, Kaji, Oneiro)

13h30h – Canto e dança

14h – Literatura indígena (com Auritha)

15h – Mulheres indígenas do ABC Paulista e Marco Temporal (Valdemir, Sílvia, Nívia)

17h30 – Canto e dança de encerramento do dia

18/9, domingo

9h às 18h – exposição e venda de produtos (culinária, literatura, ervas medicinais, artesanato, entre outros)

10h – Ritual de canto e dança de abertura 

11h – Roda de conversa sobre pinturas indígenas (com Kaji e Luciana)

13h30h – Canto e dança

14h – Diálogos sobre os 15 anos da Declaração Universal dos Direitos Indígenas da ONU (Marcos, Ava, Nívia)

15h – Fábulas Indígenas, com Tricotando Palavras: de maneira lúdica e divertida serão apresentadas histórias envolvendo bichos da floresta tratando de temas como respeito, coragem, ensinamentos e valores indígenas

16h30 – Ervas e medicina tradicional indígena (com Sassá)

17h30 – Canto e dança de encerramento