O petista Marcelo Oliveira, prefeito de Mauá, concedeu entrevista ao Jornal Imprensa ABC falando sobre os dois anos de seu primeiro mandato, bem como as melhorias que está implantando no município neste período.
Oliveira também citou as importantes obras por toda a cidade, como a construção em PPP – Parceria Público Privada no Terminal Rodoviário do Centro, – implantação da informatização em todos os setores da administração pública, principalmente na área da Saúde onde está atrasada frente a todo o Estado, recapeamento asfáltico em diversas vias públicas e todos os bairros, bem como está em execução a todo o vapor o Programa Mais Por Mauá, que tem como investimento 500 milhões de reais, além do saneamento completo das dívidas do município e o pagamento de 50% dela no primeiro ano de sua administração.
Jornal Imprensa ABC – O Sr. está prestes a entrar no terceiro ano de seu mandato, como foram os dois primeiros, visto que pegou a cidade endividada pelos ex-prefeitos?
Prefeito Marcelo Oliveira: Primeiro quero agradecer a presença de meus amigos, é um orgulho tê-los desde o início de nosso mandato e desde quando no mandato de vereador. A principal tarefa nossa era organizar a parte administrativa e as finanças da prefeitura, como todos já sabem, nós assumimos com 165 milhões em dívidas de curto prazo, conseguimos negociar e pagamos em 2021 e ficamos em dia com todos os contratos junto aos credores, e na parte administrativa iniciamos a contratação de pessoas e isso nos ajudou a ter um 2022 com desafios diferentes na reconstrução da cidade na área social, na de serviços e nas obras em que a cidade precisava. Independente da parte financeira teve a luta contra a Covid-19, cujo desafio principal era vacinar toda a população quando foram aplicadas durante o período mais de 1 milhão de vacinas e voltasse um pouco a vida normal de toda a cidade com as empresas voltando a funcionarem.
JIABC – Na mesma linha, hoje as contas já estão sanadas ou não?
M.O.: Em 2022, começamos a regularizar todos os contratos, fazer novas contratações que eram de serviços, de comunicação, de projetos de engenharia e ajustando a volta no pós-pandemia, em todos os setores da administração pública, como – rede escolar – volta das aulas presenciais e entrega de kits escolares, na área de serviços e na saúde, com marcações de exames de todos os tipos, além de cirurgias. Nossa previsão agora é de fechar o ano de 2022 no azul, com superávit o que faz muito tempo que isso não acontece, o que não quer dizer que Mauá está cheia de dinheiro, nós estamos utilizando todos os recursos de forma correta, e investindo o que nós temos em disponibilidade e com ajuda de parcerias, como os deputados, o governo do Estado e governo Federal foi difícil de arrumar. Os 165 milhões já foram pagos, agora estamos ajustando a dívida consolidada que é de 1.2 bilhão de reais junto ao credor (Caixa Federal), porque achamos que foram feitos de uma forma equivocada, mas já pagamos 500 milhões e ainda tem mais de 500 milhões da época do ex-prefeito Amauri na década de 90. Além de que o prefeito passado não pagou os precatórios de 2020. A cidade está bem mais organizada do que encontramos.
JIABC – Existem inúmeras obras em andamento por toda a cidade, como a população está vendo a sua administração?
M.O.: O grande desafio nosso é a comunicação. Um exemplo: Nós estamos fazendo obras de campo sintético em Itapeva, eles são distantes um dos outros – mas conversamos com a população presencialmente percebe-se que eles estão contentes, porque estão vendo as obras acontecendo. Em cada bairro são várias obras ao mesmo tempo, e a alegria da população é visível, estão até pintando as ruas para a Copa, não se fazia isso, porque eram ruas de terra e agora são asfalto. Antes era sol e poeira ou lama. Agora o que querem depois do asfalto, são lombadas para reduzir a velocidade do povo que passa pelas vias asfaltadas. Mas, é gratificante ver a população contente porque algumas localidades nunca tiveram asfalto, era só terra mesmo.
JIABC – Maior investimento de Mauá feito entre todos os ex-prefeitos – 500 milhões de reais. Vai dar para fazer tudo ou ainda vai faltar verba?
M.O.: São 500 milhões em investimento, que é o Programa Mais Por Mauá, que está em obras, assistência social e serviços, não será só em obras, mas, a maioria desse recurso será em recapeamento de rua, asfalto novo, construção de centros esportivos e para idosos, mais postos de saúde, mais escolas, praças, campos de futebol sintéticos, muros de contenções – são várias ações na área de construções. Tem o caso dos serviços de saúde, vamos investir mais em mamografia, investir na informatização total da saúde, quando o munícipe entrar em uma UBS, o médico vai dispor de todo o prontuário médico dele e assim agilizar todo o serviço. A mesma informatização será no serviço urbano para agilizar a entrega de alvarás de funcionamento, construção e conservação. Um grande investimento será no social com a redução do valor da refeição nos restaurantes populares da cidade de 2 para 1 real, além da criação do restaurante itinerante, já em funcionamento em cinco bairros. Tudo dentro do investimento de 500 milhões na cidade.
JIABC – Uma das grandes obras de sua administração é o terminal do centro. Qual a previsão de entrega?
M.O.: Hoje a maior obra da cidade, é o Terminal Nova Estação em conjunto com a iniciativa público privada. De acordo com o mercado inflacionário vai reagir nos próximos meses, por esta obra vai até março de 2024 – e consumirá uma verba de 60 milhões de reais, mas seguramente é o maior investimento atualmente. A prefeitura entra com a área e a empresa entra com o investimento, podendo alugar espaços.
JIABC – Na área da Saúde está havendo a implantação de sistema unificado de atendimento nas UBSs, tem uma previsão para ser instalado por toda a cidade?
M.O.: “A tecnologia está chegando definitivamente em Mauá, de verdade – dando um passo de cada vez” – na área de saúde, este serviço já teve início na UBS do Jardim Zaíra I e em breve estará em todas as unidades. No total são 23 UBSs, 4 UPAS, nas CAPS e na rede hospitalar. Vamos avançar gradativamente em todas as áreas a informatização, prevemos terminar antes de acabar o mandato.
JIABC – Na infraestrutura, o recapeamento asfáltico está sendo feito em inúmeros bairros e ruas – vai abranger beneficiar todos os bairros ou somente parte deles?
M.O.: Nós temos um levantamento de todas as ruas que estão necessitando urgentemente e mais complicadas, que não dá mais para tapar buracos. Temos três níveis: o recapeamento urgente, o prioritário e necessário. A malha viária de Mauá é muito antiga, então recapeando o Inajá, na Chácara Maria Francisca que nunca foi recapeada; começamos a recapear a Washington Luiz, entre o Zaíra a Magini, estamos também recapeando a Vitório Brizante, além de fazer em parceria com a Sabesp, nova tubulação de água até chegar na Castelo Branco na Coop. As prioritárias serão feitas todas neste ano ainda, depois inicia-se outro nível. Ao todo são aproximadamente 50 a 60 quilômetros de recapeamento – cansamos de tapar cerca de 2 mil buracos por mês. Será o maior projeto de recape da história da cidade.
JIABC – As enchentes, são um grande problema para a cidade e atinge boa parte da população. Mesmo com os piscinões, tem algum plano específico para sanar este problema?
M.O.: Nós temos através da secretaria de Obras um estudo de águas pluviais aqui na cidade de Mauá. Pelo que eu sei, nunca foi feito este tipo de estudo para que possamos entender as bacias hidrográficas que nós temos. Tem muitas ruas da cidade que não tem bueiros, principalmente no centro. Estamos fazendo um estudo para que possamos fazer em vários bairros. Temos o caso do piscinão que passa por debaixo da linha do trem chegando até a Antônia Rosa Fioravanti e vai desaguar no rio Tamanduateí que vai até o Tietê. Já foi apresentado projeto ao governo do Estado, e assinado documentação com o termo de compromisso. Fazendo este projeto vai amenizar as enchentes em toda região do centro e desafogar o trânsito nas épocas de chuva, quando ninguém entra ou sai da cidade e nem consegue atravessar a cidade. Com as enchentes a cidade de Mauá está perdendo empresas que estão instaladas na região onde deveriam ter acesso fácil sem alagamentos.
São mais de 30 anos que acontecem enchentes na cidade de Mauá, e esta será uma obra onde podemos solucionar este problema definitivamente. Também pedimos ao Governo do Estado a construção de mais um piscinão na Antônia Fioravanti, para ajudar a população. Esperamos que o próximo Governo do Estado esteja disposto a nos ouvir também em nossos problemas.
JIABC – Na última semana saiu a notícia de sua possível indicação como o próximo presidente do Consórcio Intermunicipal do AB C. Tem algum plano para apre-sentar ao colegiado?
M.O.: Eu não fui indicado ainda para presidente do Consórcio, estamos ainda dialogando, nas próximas reuniões pode ser definido alguma coisa. Por enquanto o Paulinho (Paulo Serra, prefeito de Santo André) é nosso presidente e trata muito bem as sete cidades, – vamos conversar ainda para saber o caminho que vamos tomar.
JIABC – A Cidade de Mauá foi uma das cinco cidades do Grande ABC que deu vitória ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Ao lado de São Bernardo, Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires e Diadema. O Sr. espera algum investimento federal na cidade por conta da sua aproximação com ele?
M.O.: Esperança temos desde que assumimos o governo aqui em Mauá. Precisamos do governo federal e fomos lá conversar com o presidente Bolsonaro, não importando de qual partido que é o presidente, o meu papel enquanto prefeito é ir atrás de recursos para ajudar na reconstrução da cidade. Não encaminhou os pedidos, mas fizemos. Em São Paulo encaminhou melhor os investimentos em obras. Através do Fundo Social de Solidariedade coordenado por minha esposa – Fernanda Dias Oliveira, tivemos sucesso com a Praça da Cidadania e Programa Nossas Ruas e verbas para o Hospital Nardini – não veio tudo o que pleiteamos, mas recursos importantes vieram através de Rodrigo Garcia. Agora com a eleição do Lula, em janeiro com certeza estarei lá com os projetos debaixo do braço. E a eleição do deputado estadual Rômulo Cesar Fernandes, foi fundamental para nós na articulação de Mauá. Foram eleitos dois deputados, o Rômulo e o ex-prefeito – do qual não posso contar nada, porque os dois anos que foi deputado não encaminhou nenhuma verba à cidade. Agora acredito que virá alguma coisa para a cidade. Com o ex-prefeito eleito deputado não tenho esperança nenhuma, não.
Considerações finais:
Eu quero agradecer primeiramente ao Jornal Imprensa ABC que nos acompanha desde quando eu era vereador e depois durante a campanha eleitoral que nos deu a vitória em Mauá. Agradecer também a população pela compreensão deste período de pandemia, e na reconstrução da cidade. Podem ter absoluta certeza que em 2023 e 2024, vamos avançar muito na área social, na área de serviço com as obras que irão acontecer. Não vamos medir esforços para que a cidade de Mauá possa estar entre as melhores cidades do país. Temos potencial com o Polo Petroquímico, Polo Químico, a área industrial de Sertãozinho e Capuava, e a economia temos a esperança que irá melhorar gerando mais empregos, renda com qualificação profissional aos jovens de nossa cidade. Além de tudo isso, fazer concursos públicos para contratar mais funcionários para a administração, além de aumentar a contratação para frentes de trabalho.
Confio que 2022 fecharemos com muita esperança em Deus.