Cerca de 3.200 crianças aprenderam sobre sustentabilidade, agroecologia e cultivaram hortaliças que foram consumidas pelos próprios estudantes
As hortas orgânicas cultivadas pelos estudantes do Programa de educação integral Mais Educação, em Diadema, já estão presentes em 17 das 19 escolas que participam do projeto. Seja em canteiros no solo, criados com o auxílio do programa de Agricultura Urbana da Secretaria de Segurança Alimentar, seja em garrafas pet, em um processo que já conscientiza sobre a necessidade de reciclagem e reutilização dos resíduos. “Dentro do macrocampo Meio Ambiente do Mais Educação a gente pôde trabalhar diversos conceitos com os estudantes e foi muito produtivo”, avaliou a coordenadora do macrocampo Meio Ambiente, Maristela Pereira Caixeta.
Unir a experiência da educação ambiental, o contato com a natureza e a criação de bons hábitos alimentares são alguns dos muitos objetivos do projeto de hortas orgânicas, parceria entre as Secretarias de Educação e de Segurança Alimentar. “O Departamento de Agricultura Urbana nos ajuda com o pessoal que monta os canteiros e trazem algumas das mudas. E o meu departamento capacita os estagiários que vão ensinar as crianças a fazer a compostagem, a transplantação de mudas, a rega”, completou Maristela.
Os estudantes participaram desde o processo de compostagem de restos de alimentos crus e folhas, realizado nas escolas com baldes doados – mais uma vez, a reciclagem e a reutilização aparecendo em meio ao processo -, do cultivo e cuidado dos canteiros, criação de sementeiras, colheita e consumo das hortaliças. “A maioria das sementeiras não deu certo, mas foi o primeiro ano e é sempre importante a gente pensar que a escola também é esse lugar de acertos e erros”, pontuou.
Como as atividades do Mais Educação ocorrem no contraturno escolar, as turmas da manhã faziam a rega assim que chegavam. As turmas da tarde repetiam o processo antes de ir embora, duas vezes por semana. O trabalho da compostagem também é feito duas vezes por semana e, dessa forma, todos os estudantes se envolvem em todas as fases do processo. “É muito interessante falar que a horta é um ecossistema. Esse laboratório da criança ali dentro da escola, dentro dos muros da escola, mas ainda em um lugar externo”, afirmou.
“E aí tem a observação dos bichinhos que vão aparecendo na horta, as borboletas, as abelhas, vira essa casa cheia de coisas para aprender e observar. As crianças iam às vezes para as hortas com lupas para observar o desenvolvimento de uma lagartinha, os ovinhos que a borboletinha colocava ali nas folhinhas da couve, em um horta totalmente orgânica”, completou. “Foi muito interessante ver as crianças colocando a mão em minhocas, em tatuzinhos, eles estavam bastante interessados em pesquisar, explorar, investigar esse território, fazer desse território um laboratório do meio ambiente”, concluiu.
O programa de hortas permitiu também trabalhar com os estudantes os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da ONU, uma série de temas que tem sido trabalhada pelo mundo como forma de garantirmos a sustentabilidade mundial e que foram a Agenda 2030. “Uma vez por semana, por uma hora e meia, a gente trabalhou esses objetivos, com atividades adequadas para a faixa etária e com material diário enviado pela própria Unesco”, relatou. “No objetivo relacionado à garantia de água potável nós fizemos um filtro, com garrafa pet, com pedrinhas. Produzimos tintas naturais com urucum, com café. São várias atividades que visam sempre a sustentabilidade”, finalizou.