Este conto de J.R.R. Tolkien, é sua última história escrita, publicado em 1967, quando ele estava com 75 anos.
Bosque Maior é uma vila muito conhecida pela sua culinária e pela tradicional Festividade das Boas Crianças, celebrada a cada vinte e quatro anos, onde seu ápice é o Grande Bolo, que é dividido em vinte e quatro pedaços para vinte e quatro crianças convidadas. E desta vez o bolo traz em uma de suas fatias uma estrela mágica, passaporte para Feéria, o Reino das Fadas. O premiado é o jovem Ferreirinha, que tem a oportunidade de conhecer um mundo fantástico, com suas maravilhas e desafios, como qualquer mundo!
O conto nos expõe magia e sua técnica, imaginário e racionalismo, pragmatismo e as verdades mostradas pelos elfos, sem justificativas ou explicações, apenas nos convida a transitar pelo mundo das fadas!
Tolkien é um escritor que tem minha admiração e respeito. É capaz de conduzir o leitor para seu universo imaginado com maestria e desta forma a leitura é suave e profunda, com muitos ensinamentos infiltrados e pulverizados entre as linhas escritas. O tempo voa quando se lê Tolkien, porque ele sabe nos envolver, talvez por acreditar e viver o que escreve, penso eu.
Destaco um pequeno trecho, que considero descrever bem a tônica do Ferreiro do Bosque Maior: “A Festividade das Boas Crianças, para a qual não muitas eram convidadas. Sem dúvida, algumas que mereciam ser convidadas eram desconsideradas, e algumas que não mereciam eram convidadas por engano, pois é assim que as coisas acontecem, não importa quão cuidadosos aqueles que organizam tais assuntos tentem ser.” Tem a ver com sorte ou outro critério que desconhecemos? Fica a pergunta.
As ilustrações são de Pauline Baynes e a tradução para o Português é de Cristina Casagrande.