São mais de R$ 170 milhões que ficaram parados por falta de ação do município, entre 2017 e 2020
Os cuidados com as áreas de risco, sempre foi uma prioridade para o prefeito Marcelo Oliveira. Por isso, desde os primeiros dias de seu mandato em 2021, estava em seus objetivos recuperar recursos de convênios já celebrados, principalmente com o Governo Federal. São mais de R$ 170 milhões em intervenções em áreas de risco, investimentos em mobilidade urbana e também saúde. Todos os recursos são provenientes do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que corriam o risco de serem perdidos pela falta de empenho e interesse durante a gestão dos anos de 2017 e 2020.
Parte desse dinheiro já foi recuperado. Trata-se do contrato para obras do PAC 2 Área de Risco, para construção de muros de arrimo ao longo da Avenida Antônia Rosa Fioravanti, o que vai possibilitar também a construção de uma avenida que vai ligar o Cerqueira Leite ao Jardim Rosina, que foi renegociado pela equipe da atual gestão, junto à Caixa, e está em fase de licitação. O orçamento estimado é superior a R$ 14 milhões.
Outro importante projeto que tinha recursos garantidos pelo Governo Federal e que a administração de Átila Jacomussi comprometeu o andamento, foi a reurbanização da região chamada de Chafick/Macuco no Jardim Zaíra. Todo o trabalho de cadastramento social realizado ao longo das gestões de Oswaldo Dias e de Donisete Braga se perdeu pela falta de dedicação da administração municipal entre 2017 e 2020, em dar continuidade ao projeto e evitar novas ocupações.
Após levantamento técnico feito pelas equipes das secretarias de Obras e de Habitação, iniciado em 2021, a atual gestão apresentou um novo plano de ações e conseguiu reverter o processo de perda do convênio junto à Caixa Econômica Federal. Inclusive, já foi dado início ao processo licitatório para contratar o trabalho de cadastramento social e serviço de topografia na área que passará pela urbanização. Os investimentos serão de cerca de R$ 79 milhões.
Ainda são analisados pela União, outros projetos não apenas para as áreas de risco, mas também para a reforma do Hospital de Clínicas Dr Radamés Nardini, a reforma do Terminal Itapeva e a construção do novo Terminal do Itapark.
“Átila, quando prefeito, perdeu convênio para obra de drenagem da Avenida João Ramalho”
Além de ser prejudicada na obtenção de recursos federais para obras em áreas de risco, Mauá também sofreu, em 2020, o baque da perda de um convênio que garantiria a ampliação da drenagem na região do Paço Municipal. Devido à construção do Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas, o Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) negociou com o município, contrapartida que seria revertida em obras de infraestrutura. Três delas foram realizadas, entre 2013 e 2016, o recapeamento e reforma das calçadas da Rua Lazar Segall, a construção do Parque da Juventude e a urbanização na região da Estação Capuava da CPTM.
A última delas começou, em março de 2015, mas parou em 2017 devido à falta de empenho da gestão anterior em negociar com a CPTM, a liberação da continuidade da intervenção que, obrigatoriamente, precisa passar por baixo na linha férrea. O convênio do Dersa celebrado em 2015, que garantiria cerca de R$ 3 milhões para a conclusão da obra foi perdido em dezembro de 2020, em razão da falta de interesse da gestão que havia perdido as eleições.
A equipe do prefeito Marcelo Oliveira, desde fevereiro de 2021, iniciou as conversas com a CPTM para liberação dessa obra e também com o Governo Estadual para reaver os recursos para executar os trabalhos. O acerto definitivo chegou no início desse mês de março. A Prefeitura está reunindo toda a documentação necessária para iniciar o processo licitatório para contratação da empresa que executará a obra, que tem previsão de 8 meses de realização.
“É uma grande conquista para a nossa cidade. As obras foram iniciadas em 2015, mas pararam em 2017, devido ao descaso e falta de empenho da antiga gestão em avançar nessas conversas com a CPTM. Mas entendemos que é essencial realizar urgentemente essa intervenção, para termos um reforço no combate às enchentes em Mauá, pois a vazão de água passaria dos atuais 22 m³ por segundo para mais de 50”, afirmou o prefeito.