Santo André tem aumento de 9% no volume da coleta de recicláveis

Dados são do último estudo gravimétrico dos resíduos, que também revelou o comportamento do munícipe na separação dos resíduos

O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) apresentou na quarta-feira (7) o mais recente resultado do estudo gravimétrico dos resíduos, o ‘raio-x’ do que há nos resíduos sólidos andreenses.

A atividade é parte das ações do Junho Verde e contou com a participação de moradores, representantes das universidades e do poder público. A gravimetria é uma importante ferramenta para a gestão pública ligada à questão dos resíduos sólidos e o levantamento demonstrou que entre 2021 e 2022 houve aumento de 9% no volume de recicláveis recolhidos, mas a separação ainda precisa melhorar em diversos locais.

“O aumento da reciclagem em Santo André mostra na prática a aplicação de um conceito que seguimos desde o início da gestão, de aliar desenvolvimento com sustentabilidade. Iniciativas inovadoras como o Moeda Verde e o Moeda Pet, entre outras ações, impactam diretamente na preservação do meio ambiente”, afirma o prefeito Paulo Serra.

De acordo com a NBR 10.007/2004, a caracterização gravimétrica é a “determinação dos constituintes e de suas respectivas percentagens em peso e volume, em uma amostra de resíduos sólidos, podendo ser físico, químico e biológico”.

No caso da análise apresentada nesta quarta-feira, os estudos foram realizados no ano passado, sendo analisadas 259 amostras provenientes da coleta porta a porta, feiras livres, núcleos habitacionais, ecopontos, grandes geradores, hospitais, programa Moeda Verde, Craisa (Companhia Regional de Abastecimento de Santo André), entre outros. Pela primeira vez, os materiais provenientes da varrição manual foram contabilizados.

Em 2021, foram recolhidas 8.387 toneladas de resíduos secos e, em 2022, esse volume cresceu 9%, fechando o ano em 9.157 toneladas. Ao passo que a coleta seletiva registrou aumento, a coleta de resíduos orgânicos diminuiu. Em 2021 foram 220.063 toneladas e, em 2022, 218.293 toneladas.

Geração por habitante

Os resultados também indicaram a produção per capita de resíduos para o último exercício, ou seja, cada um dos 723.889 habitantes de Santo André gera uma média de 0,86 kg de resíduos por dia, abaixo da média nacional, de 1,05 kg.

O comparativo da coleta porta a porta de resíduos úmidos, entre o último estudo, em 2017, e os dados atuais, de 2022, indicam que houve uma pequena melhora no volume de matéria orgânica coletada, mas ainda há quase metade de materiais recicláveis – que deveriam ser destinados à reciclagem – e outros, como rejeito.

Por permitir a análise de todos os setores da coleta porta a porta, o estudo demonstrou quais bairros da cidade apresentam melhor índice de separação de resíduos para a coleta seletiva e quais aqueles piores, ou seja, que encaminham resíduos recicláveis misturados à coleta de resíduos orgânicos. Com presença de 93% de recicláveis na coleta de secos, os bairros Vila Floresta, Pinheirinho, Valparaíso, Vila Alice e Vila Scarpelli estão no topo do ranking da separação adequada. A tabela abaixo demonstra os cinco melhores setores da Coleta Seletiva.

Já os locais com maior mistura de recicláveis junto à coleta de úmidos são encabeçados por Sítio dos Vianas e Jardim Cipreste, seguidos de Vila Guiomar, Vila Alpina, Jardim, Centro e Casa Branca. A tabela abaixo indica os bairros que apresentam mais mistura de resíduos.

Especificamente na coleta seletiva, a gravimetria demonstrou que a melhor qualidade de resíduos secos é proveniente do programa Moeda Verde, ação socioambiental de Santo André, conduzida pela Prefeitura de Santo André, por meio do Fundo Social de Solidariedade, e pelo Semasa, e que troca resíduos recicláveis por alimentos hortifrúti. No cálculo, 91% dos materiais recebidos dos participantes são de resíduos recicláveis, o que comprova que soluções como o Moeda Verde são importantes para incentivo à correta separação dos resíduos e aumento da reciclagem.

“Os dados demonstram claramente que os programas socioambientais têm efeito positivo no engajamento dos munícipes para as políticas de gestão de resíduos, o que mostra que Santo André está no caminho certo, quando lembramos que o Moeda Verde tem resultados tão positivos. Paralelamente, o estudo indica que locais com poder econômico mais elevado, formados majoritariamente por uma população que têm mais acesso às informações, ainda apresentam índice de separação muito aquém do ideal”, comenta o superintendente adjunto do Semasa, Edinilson Ferreira dos Santos.

Outro indicador que traz essa comparação são os resultados das amostras do Meu Condomínio Recicla. Foram analisados três locais, sendo um condomínio de interesse social, um de médio padrão e um de alto padrão. Embora o Meu Condomínio Recicla colete apenas resíduos secos, há 24% de matéria orgânica nos resíduos encaminhados pelo condomínio de alto padrão. Na habitação de interesse social esse índice é de 2% e, no de médio padrão, o índice zerou.

De forma inédita, os resíduos de varrição também foram analisados, por meio de três amostras. Na área central, há maior predominância de materiais recicláveis. Em um ponto mais arborizado, a presença de vegetação e galhos foi mais predominante. E, na amostra da área mais periférica, a maior parte dos materiais é composta de rejeitos.

A análise das amostras traz ainda dados interessantes sobre a composição dos resíduos das feiras livres e Craisa, que possuem 73% e 83%, respectivamente, de resíduos orgânicos, ou seja, têm grande potencial para ações de compostagem.

Link para download do estudo: https://we.tl/t-0Pi82CeL6W