Abriu esta semana na Pinacoteca de Mauá (Rua Gabriel Marques, 353, Vila Noêmia – no foyer do Teatro Municipal) a exposição Aluísio dos Santos – Obras do Acervo, com temporada até 13 de agosto, das 9h às 17h.
Aluísio Domingos dos Santos, nasceu em Campina Grande, Paraíba, em 13 de abril de 1937. Artista plástico autodidata, desde a infância demonstrava aptidão artística ao criar brinquedos a partir do barro. Morou em Recife por pouco tempo e logo em seguida mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhava como office boy no Teatrinho de Bolso de Ipanema, e atuava também como pintor de paredes, ofício que herdou do pai.
A partir da técnica de mistura de tintas que fazia para os trabalhos comerciais, Aluísio dos Santos desenvolvia sua capacidade de criação de cores, que futuramente consolidou sua marca registrada, assim como a modelagem de massa corrida e a utilização de suportes alternativos, como a lona de caminhão, madeira, folhas de eucatex, entre outros. Em entrevista a William Puntschart, Diná dos Santos, que foi casada com Aluísio de 1960 a 1984, conta que “a inspiração do futuro pintor artístico seria como uma composição com cores soltas formando, ritmos musicais”. O relato de Diná conta muito sobre o trabalho de Aluísio, que utilizava as temáticas africanas e afro-brasileiras em seus trabalhos, culturas ricas de ritmo e dança. Aluísio foi um exímio pintor, ao criar uma técnica de pintura capaz de criar textura e vibração sobre o suporte, permitindo que a tinta criasse corpo e as cores vibrassem como a música e a dança presente nos temas das telas. Capoeira (1984) é uma das obras onde esta vibração é nitidamente percebida.
O artista obteve fama internacional, mas assim como muitos artistas, teve dificuldade em manter-se vivendo de sua arte.
Aluísio dos Santos faleceu em 3 de agosto de 1984, em decorrência de uma cirurgia de extração de um coágulo no cérebro. As obras presentes na Pinacoteca de Mauá foram adquiridas pela Prefeitura de Mauá em homenagem a esse artista, no mesmo ano de seu falecimento precoce.