Muito se tem a falar da São Caetano que está comemorando hoje, seus 146 anos, de muito “progresso” propagada pelas autoridades municipais em todas as áreas, como educação, saúde, segurança pública e até nos esportes de alto rendimento que tem conquistado medalhas e títulos importantes para a cidade, enquanto que o esporte amador está decadente a cada ano que passa, e nossos clubes, antes sinônimo de uma boa pelada nos finais de semana, sendo substituídos por praças, como a do Tamoyo e a do ABREV Barcelona. É o “progresso”!
Nas obras públicas, recentemente, o prefeito José Auricchio lançou o programa “Avança São Caetano” com 94 obras espalhadas por toda a cidade, algumas necessárias outras nem tanto, premiando a maioria na área da educação – atingindo um investimento na ordem de mais de 700 milhões de reais em todos os projetos, segundo cálculos da administração, equivalente a pouco menos de 50% do orçamento da cidade para o exercício de 2023.
Se serão entregues todas as obras, aí é outro assunto, mas a quantidade é gigantesca, para uma cidade que se dizia inimaginável de se fazer tantas obras em pouco tempo de administração pública.
Qual é o real impacto no orçamento municipal, com tal volume de investimento de uma única vez?
Se São Caetano do Sul só pode investir cerca de 3 a 4% de seu orçamento ao ano em obras públicas, segundo as próprias palavras do prefeito José Auricchio – quem herdará os mais de 600 milhões de dívidas, visto que a cada ano só se pode investir cerca de 50 milhões de reais? – o restante da dívida seria dividido proporcionalmente nos próximos 12 anos ou em três gestões diferentes.
Em fim de mandato, este é o penúltimo ano do quarto mandato, e não podendo mais se reeleger, o prefeito e a cidade com certeza, não terão como arcar com as contas das mais de 90 obras que estão planejadas e algumas já iniciadas.
Tudo questão de matemática.
As contas, se projetadas deste modo, ficarão com as próximas administrações para liquidá-las, assim como outras administrações passadas fizeram, endividando o município em alguns milhões.
Para quem mora na cidade há mais de 50 anos, deve lembrar da desastrosa administração Raimundo Leite, entre 1977/1982, que deixou um montante na época de 20 milhões de dólares, os quais só foram quitadas há pouco tempo atrás.
Quiçá estejamos errados.
Parabéns à nossa São Caetano e que bons ventos a conduzam!
A direção