A China é atualmente uma potência ascendente em diversos campos, exercendo liderança na estruturação do planejamento econômico centralizado, na expansão da fronteira do conhecimento e novas tecnologias, e na oposição ao modelo de desenvolvimento neoliberal. Isso demonstra a todos que outro caminho é possível. Sem dúvida, o país é o novo polo dinâmico global.
O que torna seu caso surpreendente é que, há pouco tempo, a China, antes da Revolução Comunista de 1949, era considerada um dos países mais pobres do mundo, com baixos índices de desenvolvimento humano. Antes dos anos 60, o país era mais pobre que o Brasil. No entanto, hoje, houve uma inversão total: a China é uma potência mundial, enquanto o Brasil continua estagnado como produtor de produtos primários.
No entanto, alguns setores no Brasil parecem desconsiderar todo esse esforço colossal para retirar o país de uma situação de miséria e atraso, transformando-o em um gigante que desenvolve suas forças produtivas de maneira impressionante, elevando os níveis de vida de sua população por meio do crescimento econômico.
Como bem avalia o intelectual italiano Domenico Losurdo: “O crescimento das forças produtivas é um elemento essencial da resistência contra o imperialismo. No entanto, verifica-se um fenômeno bastante singular a esse respeito. Uma certa esquerda se comove justamente e se entusiasma quando vê um povo pisoteado, humilhado e esfomeado buscar desesperadamente sacudir o jugo da opressão e melhorar sua própria situação. Mas, quando esse povo conquista o poder e está em posição de conduzir a luta pela consolidação da independência política e econômica a partir de condições e relações de força menos desastrosas, essa esquerda torce o nariz: ela só é capaz de reconhecer e apoiar uma luta pela emancipação quando ocorre em condições trágicas.”
Esses elementos devem estar presentes em nossas considerações sobre o gigante asiático.
Max Marianek
Graduado em História
Funcionário Público