Musical Palavra de Mulher se apresenta em São Caetano

Teatro Paulo Machado de Carvalho recebe o espetáculo com Lucinha Lins, Tânia Alves e Virgínia Rosa, que revisita o feminino por meio de canções de Chico Buarque

Imagine Lucinha Lins, Tânia Alves e Virgínia Rosa, grandes estrelas, num mesmo palco, interpretando personagens femininas da obra de Chico Buarque. Assim é o espetáculo Palavra de Mulher, um misto de show e teatro, que há 16 anos revisita o universo das canções de um dos maiores compositores do Brasil. 

A montagem terá apresentação especial em São Caetano no próximo domingo (26), às 19h, no Teatro Paulo Machado de Carvalho. Ingressos, de R$ 60 a R$ 120, à venda pelo Bilheteria Express, lojas Tio Gil (Rua Baraldi, 994, Centro / Praça dos Expedicionários, 55, Bairro Santa Paula, São Caetano, das 9h às 19h); e na bilheteria do Teatro, no dia do evento, a partir das 14h. A classificação etária é de 12 anos.

Num clima de cabaré, com adereços e objetos cênicos, iluminação e figurino, as atrizes/cantoras se revezam em apresentações em trio, duo e solo, encantando o público com suas vozes e atuações. As músicas são executadas com instrumentos acústicos: piano e acordeão (Ogair Júnior) contrabaixo (Robertinho Carvalho) e bateria/percussão (Ramon Montagner). 

Entre as canções escolhidas estão: Basta Um Dia, Bem Querer, O Meu Amor, Folhetim, Sob Medida, Terezinha, Tango de Nancy, À Flor da Pele, Olho nos Olhos, Atrás da Porta, Viver do Amor. As músicas não foram selecionadas de forma aleatória, seguem uma dramaturgia subliminar em cena. As cantoras incorporam a personalidade das personagens para dar mais vivacidade à interpretação. 

Para interpretar as músicas do compositor carioca, o diretor Fernando Cardoso escolheu as cantoras ligadas artisticamente a Chico Buarque. Lucinha Lins já foi Vitória-Régia, a vilã de Ópera do Malandro (que lhe rendeu a indicação ao Prêmio Shell de Melhor Atriz), e a prostituta Nancy, de O Corsário do Rei. No cinema, fez Os Saltimbancos Trapalhões, baseado na peça Os Saltimbancos, de Chico Buarque, Sergio Bardotti e Luis Enríquez Bacalov (uma adaptação do conto dos Irmãos Grimm, Os Músicos de Bremen). 

Tânia Alves gravou seu primeiro disco por intermédio de Chico Buarque e foi a protagonista Terezinha da montagem paulista de Ópera do Malandro, além de Bárbara, de Calabar. Em seus discos, sempre gravou músicas de Chico, como Tatuagem, Pássara e outras. Já Virgínia Rosa interpretou várias canções de Chico Buarque em sua carreira nos palcos, inclusive acompanhada da Brasil Jazz Sinfônica. 

Em cartaz desde 2008, o espetáculo já foi visto em praticamente todas as capitais do Brasil e em centenas de cidades, com ótima receptividade de público e crítica. Indicado ao Prêmio Bibi Ferreira em quatro categorias: Melhor Musical Brasileiro, Melhor Diretor (Fernando Cardoso), Melhor Diretor Musical (Ogair Júnior) e Melhor Atriz (Tânia Alves).

Chico Buarque

Músico, compositor, dramaturgo, escritor, ator, nascido Francisco Buarque de Hollanda, em 19 de junho de 1944, no Rio de Janeiro, é considerado por muitos críticos como o maior artista vivo da música brasileira. Ganhou destaque como cantor a partir de 1966, ano em que lançou o primeiro álbum, Chico Buarque de Hollanda, e venceu o Festival de Música Popular Brasileira com A Banda. 

Autoexilou-se na Itália em 1969, devido à crescente repressão do regime militar no Brasil, tornando-se, ao retornar, em 1970, um dos artistas mais ativos na crítica política e na luta pela redemocratização no país. Em 1971, foi lançado Construção, tido pela crítica como um de seus melhores trabalhos e, em 1976, Meus Caros Amigos – ambos os álbuns figuram na lista dos 100 maiores discos da música brasileira, organizada pela revista Rolling Stone Brasil.

Além da notabilidade como músico, desenvolveu ao longo dos anos profícua carreira literária, sendo autor de peças teatrais e romances. Foi vencedor de três Prêmios Jabuti: o de melhor romance em 1992 com Estorvo, e o de Livro do Ano, tanto por Budapeste, lançado em 2004, como por Leite Derramado, em 2010. Em 2019, foi distinguido com o Prêmio Camões, o principal troféu literário da língua portuguesa, pelo conjunto da obra.