Prefeitura de São Bernardo mantém silêncio sobre casos de negligência no Hospital da Mulher

Explicações do secretário de Saúde durante oitiva não convenceram vereadores e vítimas

No próximo dia 14 completa um mês que o secretário de Saúde de São Bernardo, Geraldo Reple Sobrinho, compareceu à Câmara Municipal para participar de oitiva sobre os casos de supostas negligências e mortes ocorridas no Hospital da Mulher (HM) e nenhum parecer oficial foi dado pela Prefeitura até o momento.

As explicações dadas pelo secretário não convenceram vereadores, vítimas e familiares presentes no plenário. Durante a oitiva, Reple não apresentou soluções para que novos casos não ocorram no equipamento. Disse apenas que as denúncias estavam sendo apuradas.

Casos

O Hospital da Mulher de São Bernardo foi alvo de diversas reportagens nos últimos meses. Foram registrados ao menos dez casos de suposta negligência e seis mortes, sendo duas gestantes e quatro bebês.

O primeiro caso veio a público em meados de abril. Raíssa Falosi Santos, de 20 anos, teve uma compressa deixada dentro do corpo durante o nascimento de sua primeira filha.

Outro caso noticiado foi o de Deisy Coimbra, 29, que desmaiou após ter recebido duas doses de anestesia, passou por cesárea de emergência e morreu uma semana após dar à luz sua primeira filha. Posteriormente, novas denúncias foram feitas.

O diretor-técnico do Hospital da Mulher, o médico Rodolfo Strufaldi, foi demitido após as denúncias. Foi criado um comitê técnico para investigar os casos e anunciada a intenção de ampliar os protocolos de segurança dos pacientes. A Polícia Civil também investiga as denúncias.