A Estratégia Petista

Neste início de 2025, diversos acontecimentos ressaltam o desgaste da atual gestão do presidente Lula. A crise mais recente está relacionada à fiscalização pela Receita Federal das transações via Pix e outros instrumentos de pagamento, o que gerou um enorme desgaste para o governo petista, sendo mais uma crise conduzida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Outro episódio emblemático foi o ato esvaziado em defesa da democracia, realizado em 8 de janeiro, que contou com a presença de cerca de 1.200 pessoas. Esse evento evidenciou o distanciamento entre o governo e suas bases de apoio, situação que já havia ficado clara no grande fiasco do ato do 1º de Maio de 2024, com a presença de Lula, igualmente marcado pelo esvaziamento.

As pesquisas de opinião reforçam essa tendência de desgaste. Desde janeiro de 2024, há um constante declínio na popularidade de Lula. Agora, no início de 2025, as pesquisas mostram, pela primeira vez, que a reprovação ao presidente supera a aprovação.

O governo parece desorientado e incapaz de reagir, insistindo em uma estratégia que dá sinais de desgaste por todos os lados.

Primeiro, ao adotar um programa econômico que foi derrotado nas urnas em 2022, ao aplicar um regime de austeridade e corte de gastos. Durante a campanha, Lula prometeu revogar o teto de gastos, mas acabou criando um novo, o chamado “arcabouço fiscal”. Também falou em revogar a reforma trabalhista, mas nenhuma ação concreta foi tomada nesse sentido. E, antes que se alegue a dificuldade de articulação no Congresso, o ponto é que o governo sequer tenta. Não há mobilização das bases em torno de nenhuma pauta, o que gera uma grande apatia – o que nos leva ao segundo aspecto.

Lula insiste em governar “a frio”, evitando qualquer embate por reformas, mesmo quando o cenário oferece oportunidades. Após os atos golpistas de 8 de janeiro, por exemplo, abriu-se uma janela para promover uma reforma nas Forças Armadas. No entanto, o governo optou mais uma vez por contemporizar.

Esse comportamento se soma ao descaso em convocar e engajar suas próprias bases. O governo atua de forma exclusivamente institucional e burocrática, mobilizando suas bases apenas em datas formais, sem realizar esforços prévios de mobilização e luta política. O resultado é o esvaziamento até mesmo em eventos comemorativos.

Se continuar nesse caminho, o governo corre sérios riscos. E 2026 já se aproxima…

Max Marianek
Graduado em História
Funcionário Público