Jogos políticos x cuidado das pessoas

Diz a lenda “a política é a arte do bem comum”. É possível que Aristóteles tenha tomado umas quando formulou isso, rsrs. A duras penas descobrimos que não é bem assim. Com Maquiavel, ficamos sabendo que as questões políticas são, na verdade, jogos de poder. E Marx ensinou: ou você está de um lado, ou do outro. Não há como agradar o “comum a todos e todas”. Sempre foi assim. Eles só explicitaram.

Pode ser desalentador. Mas não tem saída. Quando o que move o político é a ambição do poder e não o bem público, os jogos que se estabelecem passam longe da preocupação com as pessoas. Interessa o que vai garantir que tenha alguma chance nas próximas eleições. Não importando que para isso vá contra o que disse na campanha. É o pragmatismo.

É muito difícil políticos escaparem disso. Exemplo é o que aconteceu em relação a São Bernardo do Campo, logo após as eleições. “De repente” adversários “viscerais” estão juntos, na capital federal, em torno do Presidente e ministros. Porém não é exclusividade desta cidade. Em muitas ocorre o mesmo.

São coisas assim que, ou afastam pessoas da política, ou criam ódio à política. Aliás, atitudes muito bem manipuladas por certo espectro. Tivemos recentemente um candidato, eleito, aliás, que se dizia contra a política, mas era detentor de mandato eleitoral federal há muitos anos.

E a população? E as necessidades das pessoas, especialmente aquelas que, apesar de darem duro no trabalho anos a fio, têm escassez ou não têm recursos para cuidar de si e de sua família? E a assistência às crianças pobres? E as oportunidades para as juventudes terem estudo e profissão que garantam seu futuro? E o cuidado com a velhice, tão necessitada de atenção, alimentação adequada, saúde? E muito mais.

Há políticos que se preocupem com isso? Sim, há! Mesmo não sendo muitos. No geral há bem-intencionados. Homens e mulheres. Mas poucos aguentam os jogos políticos. Resta identificar essas pessoas. Estão majoritariamente à esquerda. As da direita que honestamente se preocupam, se iludem ou mais cedo ou mais tarde vão se dar conta que o interesse da direita é manter essa sociedade escandalosamente desigual.

Nossa cidade e as cidades do ABC precisam de políticos que queiram mesmo cuidar de pessoas para além dos jogos de poder. E elas há. Temos que identificá-las e sustentá-las. Precisam de apoio.
Esperamos que as novas administrações sejam assim.

Professor Luiz Eduardo Prates