A história do Brasil é uma sucessão de golpes e tentativas de golpes. Qual é o objetivo desses golpes? É não deixar que o povo brasileiro tome para si as rédeas do país. É não deixar que a riqueza e as terras do país sejam repartidas por todos. A quem interessa esses golpes? Quem os promove? Os ricos – proprietários de terras e das grandes fortunas – e uma classe média que vê os movimentos do povo para assumir o poder como ameaça a suas posições e privilégios. E assim, a indecente concentração de riqueza e de oportunidades se perpetua.
A cara clássica do golpe de 1964, com o exército e os grandes ricos assumindo o poder e estabelecendo um autoritarismo que não aceitava contestações, ficou fora de moda. É o que mostra o fracasso de 8 de janeiro de 2023. Mas ainda antes disso, as coisas foram mudando. Apelou-se ao direito. O chamado Lawfare, que significa, nada mais, nada menos, que guerra jurídica. É assim que ocorreu, em 2016, o golpe na Presidenta Dilma, sob o falso argumento de pedaladas fiscais. Poucos dias depois as pedaladas foram declaradas legais.
A seguir, um golpe camuflado no Presidente Lula, usando argumentos da criminosa Operação Lava Jato para afastá-lo da eleição. Alguém tem dúvidas que Lula venceria? Quem deu esse golpe não tinha. Por isso o deu. As eleições ocorreram. Sabemos o que resultou. Mas todo o processo da Lava Jato foi considerado ilegal pelo Supremo Tribunal Federal e Lula concorreu as eleições seguintes e venceu.
Hoje, o golpe tem outra cara, nem militar, nem Lawfare, mas econômico. Faz-se de tudo para o governo Lula não dar certo. Os juros altos, o preço dos alimentos etc. Coisas que todos sabemos. O preço dos alimentos tem as variáveis do clima. Mas é aproveitado pela direita e chega no povo com o Presidente Lula como culpado. Mas precisamos ter claro que quem faz essas manobras, não sofre com isso. Quem sofre é a população pobre e miserável, que já vem sacrificada há tempo.
E uma classe média, pelas mídias e pelas redes sociais, faz coro e rege a parte iludida da população, como nesses programas de auditório, para condenar o Presidente e sua política. Ledo engano. Agem contra si mesmos.
Outra cara do golpe é a Educação. Essa vem de longe e é mais efetiva a longo prazo. Mas é muito complexa e requer outra coluna.
O importante é nos darmos conta que o golpe continua. Com caras diferentes. Mas com o mesmo propósito de o povo não tomar seu destino em suas mãos.
Professor Luiz Eduardo Prates