Insegurança Global

O tarifaço de Donald Trump, decretado na semana passada, jogou o mundo e as relações internacionais em um clima de insegurança e expectativas. Diante de reações internacionais e mesmo internas aos USA, Trump resolveu suspender a decisão e temporariamente nivelar as tarifas em 10%. Igual ao percentual anteriormente destinado ao Brasil. Essa medida aliviou, relativamente, as tensões.

Porém o mesmo não ocorre em relação à China. Aí foi mantido o endurecimento. E temos uma verdadeira guerra tarifária que eleva as taxas a mais de 100%.

Mundialmente o impacto dessas medidas não fica restrito a disputas entre governos. Ele chega às pessoas no custo de vida, no acesso aos alimentos, na saúde etc., podendo deflagar grandes crises sociais e políticas. No fim das contas, quem paga o preço são as populações. O que poderá acontecer daqui em diante?

Comentários de analistas são os mais diversos. Há quem compare os acontecimentos com o clima do início do século passado, vendo a potencialidade do confronto entre USA e China resultar em de uma nova guerra mundial.

Há quem pense que essas ações extremadas possam levar ao declínio definitivo do império norte-americano. E até mesmo quem ache que poderão levar ao declínio final do capitalismo. Em qualquer caso, podemos pensar: será para melhor ou para pior em relação à humanidade?

Defensores de teorias marxistas, especialmente os mecanicistas, diziam que inevitavelmente as contradições do capitalismo iriam levar à sua superação e à inauguração de uma era socialista. Com a queda da União Soviética isso foi motivo de chacota pela direita, dizendo que o fim do socialismo foi o capitalismo.

O futuro não sabemos. Porém sabemos hoje que, a permanecer o capitalismo assim como está, a humanidade está em iminente risco de extinção. Será que algo, como por exemplo a volta de um tempo em que vença o mais forte, sem qualquer regulação legal entre as nações e internamente em cada nação, poderá nos livrar da hecatombe?

Em vista disso, podemos afirmar que somente poderemos superar a série de crises a que hoje estamos submetidos com uma nova forma de organizar a sociedade, que seja cooperativa, que vença as desigualdades econômicas entre as nações e internamente em cada nação, com a série de discriminações e preconceitos daí decorrentes, e que não veja o meio ambiente apenas como fonte de lucro, mas assuma a consciência que somos parte da natureza e destruí-la será a destruição de nós mesmos.

Será um ecossocialismo democrático?

Professor Luiz Eduardo Prates
luizprts@hotmail.com