Basta! Chega de genocídio!

Paulo Freire inicia seu método de alfabetização de adultos com a distinção entre natureza e cultura. Considera natureza pura aquilo em que o ser humano não interfere e se perpetua por si mesmo. E cultura, tudo o que é criado ou transformado pelo ser humano.

Existe, porém, um “mecanismo mental” de naturalizar determinadas realidades para aliviar a consciência da dor ou inconformidade com situações que nos interpelam. E uma vez naturalizadas, vamos vivendo como se tudo estivesse normal. A ocultação de partes da realidade pelas grandes mídias, escamoteando interesses escusos, muitas vezes se vale desse “mecanismo” para evitar que a população se organize e se manifeste.

Nesta semana chegamos a aproximadamente 600 dias do início da guerra de extermínio movida por Israel contra o povo palestino. No início, houve uma justificativa considerada plausível e adotada por muitos para legitimar as ações. Mas, na medida em que o tempo passou, foi ficando cada vez mais evidente que elas são desmedidamente e criminosamente desproporcionais com o que ocasionou os primeiros ataques.

O mundo hoje contempla, via televisão e outros canais, a destruição física do território da faixa de Gaza e notícias dão conta que já chegam próximo a 60 mil mortos identificados, sabendo-se que há uma quantidade indeterminada que está sob os escombros de edificações destruídas. A desumanidade brutal tem como alvo principalmente mulheres e crianças para interromper o crescimento populacional do povo palestino. Ações essas caracterizadas por comissão da O NU como “atos genocidas”. Assistimos a um verdadeiro genocídio do povo palestino. Ultimamente essas ações têm se agravado ainda mais com a continuidade do bloqueio desumano e cruel que ameaça a vida de 2,3 milhões de pessoas, principalmente pelo corte no fornecimento de alimentos e de água.

É verdade que tem havido manifestações em todo o mundo contra essa situação e por um estado palestino livre e independente. Porém, apesar do apoio de vários países e da condenação pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) em julho de 2024 e pela Assembleia Geral da ONU em 18 de setembro de 2024, o extermínio continua.

Não podemos assumir uma posição apática e naturalizar essa situação. Temos que exigir o rompimento total de relações com Israel, embargo militar bilateral, embargo energético, revogação do tratado de livre comércio e rompimento de relações comerciais e diplomáticas com este estado criminoso de Benjamin Netanyahu.

Palestina Livre!

Professor Luiz Eduardo Prates
luizprts@hotmail.com