Não sei, só sei que foi assim…

Parafraseando a famosa frase de Chicó, personagem de Selton Mello em “O Auto da Compadecida”, clássico da dramaturgia de Ariano Suassuna, que decidimos iniciar mais este editorial.

Nesta semana a Câmara de São Caetano aprovou algo inusitado: a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra o ex-prefeito José Auricchio Jr. Propositura encaminhada pelo vereador Marcel Munhoz, e que tem por fim analisar o endividamento da cidade.

A votação, aprovada por 16 votos, com uma abstenção (Luiz Galarraga) e três votos contrários (Matheus Gianello, Caio Salgado e Olyntho Voltarelli), demonstra um movimento um tanto quanto esquisito no Legislativo da cidade, onde no passado, não tão distante assim, boa parte dos parlamentares atuais compuseram a base do governo Auricchio, acompanhando a gestão de perto e aprovando projetos encaminhados à Câmara.

Por ser um poder independente, os vereadores não podem e nem devem se omitir. Segundo o documento apresentado, no início de 2024 a dívida consolidada acumulada era de R$ 429.016.526,86, saltando a R$ 824.918.339,70 em dezembro, com mais cerca de R$ 320 milhões de restos a pagar, recentemente identificados.

A população deve ser a maior interessada no desenrolar deste caso, já que ela que sentirá no bolso o resultado, que não pode acabar em pizza.

Já para o lado político, a máxima “o amigo do meu amigo, nem sempre é meu amigo”, tem mostrado as caras na cidade.

Agora, o jeito é aguardar o desenrolar e ver no que vai dar.

Como diria o bom e velho Ariano Suassuna “Os doidos perderam tudo, menos a razão”.

A direção.