A sede de sangue de Benjamin Netanyahu não para. Amparado pelos Estados Unidos ele continua patrocinando o maior banho de sangue deste século e, talvez, um dos maiores da história, ao ponto de flertar com uma guerra nuclear.
Importante dizer que por trás de todos as razões para a guerra, sejam históricas, religiosas, culturais, como muitas vezes se alega, estão os motivos econômicos de uma civilização baseada na morte. Fundamentalmente duas indústrias, a do petróleo e a armamentista, bases de sustentação da continuidade do capitalismo.
Um ponto de virada importante ocorreu com a crise do petróleo de 1972, seguido da derrocada da União Soviética. Esses fatores, e tudo que desencadearam, levaram ao abandono da ilusão de pós Segunda Guerra Mundial de um desenvolvimento permanente e feliz para os povos do primeiro mundo no chamado estado de bem-estar social. Evidentemente sustentado pela distribuição da riqueza auferida com a exploração econômica do restante do planeta. O capital já não mais precisava ser generoso com a população do mundo desenvolvido e podia, finalmente, cumprir sua destinação: a acumulação desenfreada da riqueza. Vencida a experiência comunista da URSS, chegava-se a um feliz fim da história, dizia Fukuyama.
Entretanto, para isso, era necessário, como sempre foi, o crescimento permanente da economia capitalista. Porém, eis que surge uma verdade hoje incontestável, por mais que os negacionistas discordem: o esgotamento dos recursos naturais do planeta. Estamos em passos acelerados nesse sentido. As emergências climáticas não deixam dúvidas.
É nesse contexto que se revela a dura realidade. Não é possível manter a acumulação econômica e, ao mesmo tempo, distribuir minimante a riqueza para o sustento da humanidade inteira, ainda que com os imensos bolsões de miséria espalhados pelo mundo. Isso equivale dizer que não é mais possível manter a democracia. Soluções autoritárias são requeridas. E como sustentar essas soluções? Pelas armas.
Temos, então, por um lado, o capitalismo baseado no petróleo, que se revela uma economia de morte, na medida em que é a exploração dos combustíveis fósseis que a sustenta e seus gases são letais ao planeta. Por outro lado, o armamentismo como a principal indústria do capitalismo. Os gastos com armamentos em 2024 chegaram a dois trilhões e oitocentos bilhões de dólares, suficiente para terminar com a fome no mundo. Por isso, as guerras são importantes.
Ou vencemos o capitalismo ou chegamos ao fim da humanidade.
Professor Luiz Eduardo Prates
luizprts@hotmail.com