Até Quando?

Os acontecimentos mais recentes no país nos interpelam e fazem surgir perguntas como “Qual é o limite?” “Até quando?”

Até quando vai a queda de braços entre o governo federal e o Congresso Nacional, sendo que cerca de dois terços dos senadores e deputados são de direita e de oposição ao executivo e fazem valer suas posições sobre o não mais que um terço de esquerda e favorável ao governo? Até quando esse expediente vai ser usado como estratégia política para enfraquecer o governo com vistas a não o deixar ter êxito nas próximas eleições, não importando o fato que agindo assim vão contra os trabalhadores, a classe média e o povo em geral?

Até quando parte expressiva da população vai considerar normal e vai continuar como se nada estivesse acontecendo quando um deputado federal vai para outro país e lá conspira contra sua própria pátria defendendo posições que causam grandes prejuízos à economia nacional e aos trabalhadores por ameaçar grande número de demissões?

Até quando parte expressiva da população vai fazer vistas grossas quando um dos poderes da república é atacado com acusações descabidas por defender a democracia e o devido processo legal?

Até quando os interesses de apenas uma família e seus asseclas, na ganância pelo poder e em se acobertar por crimes de lesa-pátria cometidos, vão angariar apoio de parte expressiva da população que assume posições sem considerar os fatos reais ou por puro fanatismo?

Até quando a elite nacional da grande burguesia vai colocar seus interesses políticos e econômicos acima da necessidade do desenvolvimento de um país minimamente justo, com distribuição de renda e de terras, que permita melhores condições de vida para todos e inclusive o avanço em todos os setores do país?

É claro que a normalização de tudo isso conta com o respaldo da mídia hegemônica dos grandes meios de comunicação, cujos donos fazem parte dessa mesma elite, que ludibriam o povo com análises e posições falaciosas, pretensamente de especialistas, e assim angariam simpatia e apoio a suas posições. Será correto e ético prejudicar deliberadamente a maioria em nome dos interesses de parcela de não mais que um por cento da população?

Precisamos um claro projeto nacional que coloque no centro do debate os reais interesses de uma nação soberana e próspera, nos limites éticos e de vida digna para todos e todas. Esse projeto só poderá vir de uma esquerda democrática lúcida e ativa no sentido de aglutinar o apoio da maioria da população.

Luiz Eduardo Prates
Professor
luizprts@hotmail.com