Imperialismo e Soberania Nacional II

Uma das questões centrais do ataque dos EUA ao Brasil é como os EUA estão usando os Bolsonaros como instrumento para subjugar o Brasil. Donald Trump aproveita a situação de Bolsonaro para conseguir apoio interno às suas medidas imperialistas, valendo-se do apoio das massas da extrema-direita nacional. Porém, seu verdadeiro foco é conseguir mais poder para a economia estadunidense em nossas terras.

Se, por meio de suas ações, conseguirem promover uma mudança de regime no Brasil, isso será um ponto positivo para Trump. Porém, esse aspecto não é o central – o fundamental é desarticular e dominar ainda mais nosso país, para extrair mais excedentes econômicos e fortalecer a posição estadunidense em sua guerra contra a China.

Os EUA estão interessados em:

  • Distanciar o Brasil dos BRICS;
  • Controlar nossas reservas de terras raras (a segunda maior do mundo), para contrabalancear o domínio chinês nesse setor crucial para o desenvolvimento tecnológico;
  • Acabar com o PIX, para recolocar empresas estadunidenses no centro do processamento de pagamentos no Brasil, capturando taxas e dados das movimentações financeiras;
  • Defender as Big Techs em nosso país, pois elas servem como linha de frente dos interesses norte-americanos e controlam dados sensíveis da economia brasileira.

Dessa forma, os Bolsonaros, ao servirem como avatar de uma potência estrangeira em seu ataque ao Brasil, escancaram sua verdadeira face: a de traidores nacionais, entreguistas e covardes. Alguém consegue imaginar o que aconteceria com um político estadunidense que se aliasse à China para atacar a economia dos E UA? No mínimo, seria preso – entre outras consequências mais drásticas.

Outra questão intrigante é ver como setores da grande mídia e do empresariado brasileiro falam em “negociar” com Trump, como se o Brasil não estivesse sob um ataque direto à sua soberania. O que Trump faz com o Brasil, ele repete em outros países – para cada um, usa uma desculpa diferente: para o Brasil, Bolsonaro; para a Índia, a compra de produtos russos; e assim por diante. Trump age como um valentão, agredindo a todos com qualquer pretexto.

Porém, seu verdadeiro objetivo é reorganizar a economia global, subjugando países para fortalecer os EUA em sua luta contra o crescimento chinês.

Os EUA estavam perdendo a luta do desenvolvimento econômico e tecnológico para a China e, para conseguir virar o jogo, estão utilizando todos os recursos possíveis, inclusive virar a mesa e atacar de forma aberta e neocolonial os diversos países do mundo, dobrando-os aos desejos estadunidenses.

E que fique claro: quem hoje se coloca a favor dos EUA contra o Brasil é um traidor nacional, um agente da quinta-coluna.

Max Marianek
Graduado em História
Funcionário Público