Jones Manoel recebe novas ameaças de morte de grupo neonazista

O historiador, comunicador popular e militante comunista do PCBR, Jones Manoel, foi alvo de novas ameaças de morte e ofensas racistas por parte de um grupo neonazista, que também estendeu as ameaças à sua família.

De acordo com reportagem do Marco Zero, os criminosos possuem diversos dados pessoais e informações sensíveis do historiador.

“Quem enviou a mensagem sabia, por exemplo, os tipos de vacinas contra a covid que o ativista tomou, além de números e horários de voos de, pelo menos, sete viagens que ele realizou”, informa a reportagem, o que demonstra a gravidade da situação.

A organização de extrema-direita responsável pelas ameaças é classificada como terrorista no Reino Unido, Itália, Áustria e outros países. O mesmo grupo já havia enviado ameaças em agosto, a partir do e-mail de um funcionário público de Rondônia. Desta vez, os ataques partiram do e-mail institucional de uma funcionária pública do governo da Paraíba.

O Ministério Público Federal foi acionado desde agosto para iniciar as investigações, mas até agora nenhuma providência foi tomada. A omissão dos órgãos públicos é extremamente grave e envia uma mensagem de impunidade, encorajando a continuidade desses crimes.

Jones Manoel tem ganhado relevância no debate público brasileiro nos últimos tempos, ao apresentar uma perspectiva de esquerda radical que tem como eixo a retomada do debate sobre a Revolução Brasileira.

O comunicador comunista foi, neste ano, uma das figuras políticas que mais cresceu nas redes sociais, superando em diversos momentos o crescimento de expoentes da extrema direita brasileira que dominam as redes, como Nikolas Ferreira e Eduardo Bolsonaro, e, na esquerda, figuras como Lula. Jones também ultrapassou o número de seguidores no Instagram de um presidenciável como Ciro Gomes e superou Guilherme Boulos no YouTube.

Além de comunicador, Jones é dirigente nacional do PCBR e possui uma extensa produção teórica, expressa em diversos livros que publicou, como A Batalha pela Memória, A Negação do Brasil Negro e Revolução Africana, entre outros.

É nesse contexto de crescimento da influência do debate promovido por Jones que chegam as ameaças de morte. Essas ameaças buscam barrar sua atuação política por todo o país e, por isso, são de extrema gravidade. No entanto, como o próprio historiador afirmou: “Todas as agendas públicas foram mantidas. Nenhuma foi cancelada. A gente vai manter absolutamente tudo, mas tomando os devidos cuidados.”

Toda a solidariedade a Jones Manoel! É urgente a investigação e punição dos integrantes desse grupo neonazista.

Max Marianek
Graduado em História
Funcionário Público